Ainda a propósito do senhor Watson (aquele que plagia o Galton para dar conferências)

(…)O racismo é, por inteiro, uma criação da modernidade, das luzes, da mentalidade científica, ateística e revolucionária, e não das tradições religiosas que formam a base da nossa civilização. Nem haveria como ser de outro modo. Não pode existir um sentimento de superioridade racial sem prévia identidade racial, nem muito menos esta poderia ter surgido antes que o conceito de raça fosse criado pelos biólogos iluministas no século XVIII.
E mesmo que eles o tivessem inventado numa época anterior, ele não poderia ter-se transfigurado em instrumento de guerra cultural antes que a classe dos cientistas e dos intelectuais acadêmicos tivesse adquirido, em substituição ao clero, a autoridade pública de suprema instância legitimadora das idéias.
Por isso mesmo, você não encontrará nos dogmas da Igreja, nas sentenças dos Papas ou nas decisões conciliares uma só frase que sugira, nem mesmo de longe, a superioridade dos brancos sobre os negros. Em compensação, encontrará muitas nas obras dos enciclopedistas, de Kant, de Voltaire, de Karl Marx e de Charles Darwin — os gurus máximos das luzes, do progressismo e da revolução.Se Voltaire enriqueceu no comércio de escravos e Kant assegurou que “os negros da África, por natureza, não têm sentimentos acima da frivolidade”, Marx e Darwin, em especial, fazem daquela pretensa superioridade branca um argumento ostensivo em favor do extermínio das “raças inferiores”, que o primeiro considerava necessário ao progresso histórico e o segundo um pressuposto básico da evolução humana, concordando nisso com seu antecessor Herbert Spencer e sendo ecoado fielmente por seus dois principais discípulos, Thomas Huxley e Ernst Haeckel, o que mostra que toda tentativa de separar evolucionismo e racismo é pura maquiagem ex post facto . A rigor, a declaração de James Watson contra os programas sociais, ante a qual os paladinos da boa imagem da ciência tanto se fingem de escandalizados, não passa de uma versão atenuada do seguinte parágrafo de Charles Darwin:

“Entre os selvagens, os fracos de corpo e mente são logo eliminados. Nós, civilizados, fazemos o possível para evitar essa eliminação; construímos asilos para os imbecis, os aleijados, os doentes; instituímos leis para proteger os pobres… Isso é altamente prejudicial à raça humana.”(…)

Olavo de Carvalho, “Entre o crime e a mentira”, Jornal do Brasil, 25 de outubro de 2007

14 comments on “Ainda a propósito do senhor Watson (aquele que plagia o Galton para dar conferências)”

  1. zazie says:

    Para o Marx:
    http://juliosevero.wordpress.com/2006/06/26/o-racismo-de-karl-marx/

    http://www.amazon.com/Karl-Marx-racist-Nathaniel-Weyl/dp/0870004484

    Desde o Concílio de Niceia que os negros podiam ingressar no sacerdócio; o Papa Calisto foi escravo; não existe uma única directiva da igreja a separar os negros de Deus ou da descendência adâmica. Tens bons exemplos desse espírito inclusive nos monarcas católicos. O D. Manuel mandou trazer o rei do Congo e considerou-o primo.

    Toma lá um que também não tinha alma:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Saint_Benedict_the_Moor
    Todas as relações entre a negritude e o demo existiram, como existiram muitas outras mas nada disso teve carácter científico ou se transformou em teoria. O racismo teórico é derivado do darwinismo. Não meço crânios, portanto também não vou competir contigo em medições de QIs. Para isso tens o bom do Miguel Bombarda que também era dos vossos.

    Isto agora com Google é assim. Nem vale a pena ir buscar livros, basta um link

    Beijocas

    É sempre um prazer dar-te umas palmadas, meu desalmado.
    Mas, se quiseres, também posso experimentar o murro na cabeça

    “:OP

  2. Essa do Marx ser a favor do extermío das raças inferiores. è obra conseguir fazer essa afirmação!

  3. Ai Zazie Zazie. Cuidida-te que estás a ficar senil como o Watson, porque eu não vejo onde é que está a minha defesa do velho. Era o que mais faltava defender imbecilidades decorrentes da velhice. Respeitemos a velhice, mas não a imbecilidade. A minha crítica é ao texto mal amanhado do Olavo. Então o tonto não sabe que a Igreja Católica discutiu durante muito tempo se os pretos tinham alma e, vê lá tu…as mulheres.
    O que é a prova da total imbecilidade dessa instituição: as mulheres são muito mais inteligentes do que os homens – pese as excepções, como eu e tu. Toma lá.
    BJS.

  4. zazie says:

    Este caso até me serviu precisamente para teste de isenção.

    Só por causa da tara do politicamente correcto com que foi recebido, podia ter alinhado, como alinhou a maior parte das pessoas, pelo Watson, ou pela liberdade de expressão e cenas dessas, reactivas à grande tara do politicamente correcto.

    Mas essa não era nem é a questão principal. Porque o politicamente é uma pancada social que não diminuiu por se dar razão a cenas mil vezes mais perigosas e cretinas.

    Por isso até me de eu um certo gozo que os maluqinhos do politicamente correcto tivessem chateado esta vedeta intocável.

    Porque precisava. De caminho aproveitei foi para lhes dizer que o mal dele não é tão diferente como o mal deles.

    Ambos trabalham para utopias à Admirável Mundo Novo. O aborto livre porque sim, não é muito diferente do aborto livre porque sim (porque até sei que tem gene com baixo QI ou qualquer outro defeito que não dá perfeição).

    É isto. E é por aqui que há ligação entre o racismo das luzes e a tradição eugenista dos filhos de Darwin.

    E este sujeito está à frente do maior projecto mundial de estudo genético. Como está à frente da clonagem.

    Isto é que é mil vezes mais importante que dizer-se uma banalidade que há uns anos atrás até já era do senso comum- essa do QI dos negros. Ainda que seja absolutamente imbecil, sem qualquer interesse ou validade social a não ser fomentar discriminações que sempre foram filhas de quem não entende que somos todos fruto do mesmo.

    Há quem lhe chame Deus, Há quem lhe chame macaco. Os dos macacos tendem para a regredir. Os de Deus sempre foram mais avançados.
    “:O)))

    Sempre perceberam que a semente é a mesma e o resto é o que cada um faz com isso. é moral; não é diferença racial

  5. zazie says:

    É pá, vs. comigo já deviam saber que eu nunca tenho pachorra para gente com viseiras. Se têm complexos ideológicos ou esquerdalhos ou o diabo a 7 não se metam comigo.

    É que, antes de tudo o resto, ninguém pode pensar absolutamente nada, apenas espreitando as etiquetas. E v.s espreitam as estiquetas, persigam-se, estrebucham com a etiqueta e nem lêem. Até podia dar-se o caso de lerem palavras vossas que bastava olharem para a etiqueta de quem as pronunciava que eram capazes de se auto-insultarem

    ehehehehe

  6. zazie says:

    Isso dito por ti, ó ateuzinho militante Dória, tem cá uma isenção que faz favor.

    Até eras capaz de defender o Watson e a toda a eugenia se com isso atacasses um gajo que deu uma porrada bem dada no darwinismo social.

    Pois é. É assim, quem não é livre tem mesmo de mostrar a trela.

    Ainda não entendeste que o Olavo fez uma boa desmontagem do Watson? Ou agora deu-te para defender palhaços eugenistas só porque ganharam um Nobel?

  7. A sorte dese Olavo é a sociedade humana não ser tão Darwinnista como isso, porque senão, devido à sua total imbecilidade já teria sido eliminado. Mantenho a proposta feita no 1º comentário.

  8. Parker 51 says:

    Querer fazer dos crentes, presentes e passados, amorosos entes que não olham de olhar diferente brancos e negros é ideia que só lembraria, para vender e rir na venda, ao Diabo…

    Mesmo que exista uma diferença “média” entre aquilo que se insiste em confundir com cores de pele (pool genético), é mil vezes maior a variabilidade inter-individual.

    “Eu” sou muito mais diferente genéticamente do qualquer branco ou negro com que me cruze do que o são diferentes os “brancos” e os “negros” em geral.

    E conheço a melhor maneira de “contornar” (como diria o Sampaio) o “problema”. Aliás, não é contornando, é indo para cima (ou para baixo…) do “problema”: vamos misturar genes, baby, I’ve got the power, ao som do Barry White…

  9. zazie says:

    Olha, o maradona até fez um post muito giro por causa desse medo dso contágios que é tão comum aos ideológicos (ele disse à esquerdalhada, mas eu até penso que é medo idêntico de toda a gente que vive agarrada a ideologias).

    Não viste por aí muita malta a pegar no Watson como eugenista.

    Não foi por acaso. È questão tão incómoda para a esquerda abortista e utópica como para os liberais.

    Os restantes deixaram passar ao lado, porque foram apenas do lado mediático desta treta do racismo.

    Cá para mim, a maior parte nem conhecia o Watson e muito menos estava a par da continuação que ele tem dado à eugenia iniciada pelo Galton. Agora pela genética e clonagem. Mas a história é a mesma. A família é essa. E foi esta família, das luzes, do positivismo ateu que o Olavo Carvalho caracterizou.
    E bem. Por isso fiz o post.

    Azar se é incómodo. São factos. Só pode sair ligeiramente dos factos a extrapolações ligeiras no campo dos “revolucionários”.

  10. zazie says:

    Quanto ao sujeito também não subscrevo. Acho que é o primeiro texto dele que cito. Mas o que diz, subscrevo no essencial e, como nunca me preocupo com contágios, achei perfeitamente natural e legítimo postá-lo.

    Pior mesmo foi citar a Helena Matos. Mas não tenho culpa que ela tenha escrito no jornal o que eu já tinha escrito antes na blogosfera

    ahahahaha

  11. zazie says:

    Não vejo que seja a jogar com sentimentos. A informação que dá é verídica.

    No máximo diria que poderá ser ligeiramente orientado na parte política ou ideológica final que eu nem transcrevi.

    De qualquer forma é uma citação. Não é post meu. Os meus e o que penso sobre o assunto estão mais abaixo.

    Nem liguei muito à questão do racismo porque é mero plágio. Aquilo que ele é, é desgraçado de eugenista que até serve de culto para os taradinhos dos raelianos.

    O aspecto eugenista, sim. Esse é linha directa de Galton e das utopias liberais do Galton e descendentes de Darwin.

    Beijocas, danadinho.
    “;O)

  12. Isto é assim um bocadinho como dizer… está a jogar com os sentimentos que sabe que a maior parte dos seus leitores possui – e por isso dizem que sim com a cabeça enquanto estão a ler este texto (ainda por cima desse César das Neves de além mar…). Preaching to the choir….

    Que me conste houve sérias discussões nos séculos das descobertas para determinar a natureza da “desigualdade” dos povos nativos – e não precisaram de Darwin! Apenas de teologia.

    Outro ponto é que Spencer não resume o pensamento secular ou cientifico – aliás a percentagem que subscreve a tal posição deve ser pateticamente reduzida.

  13. claudia says:

    Não vejo aqui nenhuma homenagem ao Jean Marais. A não ser que seja um destes macacos…

  14. Proponho que este inteligente seja enviado para a cova dos leões. Seria rei no meio de reis.

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