na cabeça o pote, o testo nas mãos de prata

«Nela [região de Cabo de Monte] há uma casta de monos que não há em outra Guiné, chamados “Daris”, sem rabos, e se não tivessem cabelos podia-se dizer que eram humanos, como nós; porque nas feições há pouca diferença. macaco cozinheiro, cadeiral do mosteiro de San Jerónimo, Yuste, ínícios séc. xvi
Andam em pé e alguns que se tomam depois de se fazerem à casa vão catar água ao rio em uma vasilha, e a trazem à cabeça; mas têm tal qualidade que em chegando à porta da pousada lhe dão de acudir depressa e tomar-lhe a vasilha da cabeça; e não fazendo isto eles mesmos as deixam cair no chão, e se põe a chorar com grandes gritos. Malham nos pilões dos negros os mantimentos como uma pessoa. São baixos de corpo, grossos, de boas pernas e braços. São amigos da conversação das moças, e se acham algumas desencaminhadas e sós, as apanham, e levam consigo, e lhes fazem muito mimo a seu modo».

André Alvares Almada, Tratado Breve dos Rios da Guiné, Lisboa (c. 1494), ed. L. Silveira, Lisboa,1946, p. 49
Ver: António Luís Ferronha,Mariana Bettencourt, Rui Loureiro, A fauna Exótica dos Descobrimentos, Lisboa, Edições Elo, 1993

↓