Chinocas no porão, ao largo da baía de Luanda #2

Como foi contado mais abaixo , os chineses, em Luanda, estão a ganhar os concursos públicos, à custa de mão-de-obra de presos que trabalham como escravos.

Aqui fica a explicação mais desenvolvida, deixada nas caixinhas pelo caro RB.

«O Estado chinês e o estado angolano fizeram um acordo; a China reconstrói o país ao nível de infra-estruturas e recebe petróleo como pagamento.

Os materiais importados para as obras são exclusivamente chineses.

A china concede linhas de crédito a empresas chinesas (estatais e privadas)para assegurar os negócios em Angola, mas também ao próprio estado angolano.

Os trabalhadores das obras são exclusivamente chineses, e trabalham sábados, domingos, e feriados; o trabalhador chinês não tem dia de descanso. As obras chinesas não param nunca.

Os voos da China e para a China são especiais… vêm aos molhos e quando aterram (eu vi) em vez de terem um autocarro a ir ter com o avião, tem um camião de caixa aberta para onde debitam a carga humana chinesa e todas as malas. Eles não passam no controle de fronteira.

Os chinocas vêem-se apenas á noite e estão todos concentrados nos casinos de Luanda; é um vício e característica; existe 1,5 milhões de chineses em Angola.

É frequente a venda de artigos de ‘marca’ pelas praias e ruas e muito mais no mercado roque santeiro (o maior mercado paralelo de toda África); telemóveis nokia (pelo menos de aspecto) top model são vendidos a 10% do preço da marca.

Recuso-me a comprar medicamentos em Luanda; os chineses inundaram o mercado de falsificações de marcas conhecidas; tem exactamente o mesmo aspecto;

Os esgotos, e condutas de saneamento das obras são um desastre; nas 1ªs chuvas verificou-se a sua inexistência, apesar de estar lá o buraco. Não são obrigados a fazer etares para tratamento de esgotos.

A baia está super-poluída… já não ponho os pés na água de Luanda.

Angola vai organizar o CAN em Jan de 2010 (UEFA Africana) os estádios estão a ser construídos pelos chineses… eu, não me sento naquelas bancadas 🙂

Resumindo, a china imperial e capitalista selvagem está a derreter este país; e não o afirmo por racismo, pois sou… digamos…. uma pessoa aberta a todas as culturas… afirmo-o por considerar que o crescimento chinês assenta numa fraude… e que depois da China, virá a Índia, e depois virá o Paquistão, e outros… numa lógica de abutre ou de saque.

E depois serão estas empresas que enriquecem com a miséria humana, que no ocidente estão a investir e a comprar tudo».

By RB, at 23:09

[sublinhado nosso]

6 comments on “Chinocas no porão, ao largo da baía de Luanda #2”

  1. zazie says:

    É evidente que nestas coisas não existem os maus contra os bons e ninguém é ingénuo.

    Se existem contratos entre o próprio Estado angolano e o Chinês, como é óbvio, só entram clandestinamente para “fazerem vista grossa”.

    Vai o Coelho e parece que o outro doutor e professor do nosso Inginheiro/ o do aterro da Cova da Beira

    Mas a grande treta é mesmo essa da famosa “liberdade de expressão”.

    Ninguém conta nada. Os jornais passaram a ser esta mentira pegada.

  2. Laoconte says:

    “Estas coisas não vêm nos jornais” porque há interesses do vil metal interligados. Quando o Santo Padre falou da corrupção e da injustiça social em Angola, cá a imprensa focou nos preservativos, né? E o Coelho não vai lá construir tocas? Vivemos mesmo com o mito da liberdade de expressão.

  3. zazie says:

    Outra coisa que parece ter passado ao lado do Caríssimo NBR:

    Como deve saber, a famosa luta de emancipação do povo angolano até começou no tempo de Kennedy, quando enviavam missionários evangélicos para doutrinarem os pretinhos, com aquela lenda de “bala de branco não mata”.

    Já na altura o petróleo os diamantes eram bem disputados. Os turras foram fabricados para isso- para outros lhes deitarem a mão.

    Abç
    E obrigada pelo comentário

    (ehehe- private joke)

  4. zazie says:

    Só uma pergunta:

    Não lhe causa uma certa admiração, estas coisas não virem nos jornais?

    Não vivemos outro mito- a famosa liberdade de expressão?

    Então porque é que ninguém fala disto?

  5. zazie says:

    Caríssimo:

    Nem aqui falou de moralidades, tirando os que explicam a História dessa forma- como o grande progresso, acompanhado de prosperidade, direitos humanos e mãos dadas à volta do mundo.

    Eu apenas registei este facto e ando a postar acerca desse mito (intocável, para todos) da globalzição.

    Acontece é que dizem que o colonialismo acabou e ninguém pediu ajuda aos velhos colonialistas para estas maravilhas que agora são feitas por baixo da mesa e com lucros para todos.

    O mudou com este progresso foi a cor da carne no porão e os donos das galés.

    Se com isto temos a irmandade kantiana ou a utopia hayekiana, não sei- como deve ter reparado, para mim, isto deu bode.

    E este caso não fica por África, só quem for ceguinho é que não entende que isto é assim, globalmente e proporcionalmente todos estão a criar estes nababos e estes novos escravos- o novo feudalismo com miséria da mais cruel, está aí no horizonte.
    É filho do laisser-faire darwinista de porta-aberta.

  6. NBR says:

    Em certa medida percebo a frustracao das pessoas mas a verdade e’ que os paises Ocidentais andavam com estes ideais de ajudas humanitarias e a dar dinheiro em caridade aos paises africanos em vez de por la’ as maos e ajudar a desenvolver aquilo. Os chineses apenas viram uma oportunidade no mercado a troco de petroleo e nem foi preciso entrar em guerra com os locais tal como os Estados Unidos fizeram com o Iraque. A Inglaterra e Estados Unidos sao demasiado snobs para realmente tentarem desenvolver os paises que precisam de infra estruturas, preferem entrar em guerra para fazer dinheiro com o armamento militar e roubar o petroleo a troco de nada.

    Isto nao quer dizer que seja a favor do que se esta’ a passar em Angola com a China, mas que moralidade tem os paises ocidentais de dizer o quer que seja em relacao a este assunto? O que fez Portugal, a Europa ou os Estados Unidos para ajudar a desenvolver Angola e outros paises africanos? Andaram nos anos 80 e 90 com ideias de ajudar o pobrezinho, tipo snob, a montar igrejas e embaixadas e agora e’ que repararam que aquilo tem riqueza e potencial?

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