Século VI
- E aconteceu no trigésimo ano, no quarto mês, no quinto dia do mês, que estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu tive visöes de Deus.
- 2 No quinto dia do mês, no quinto ano do cativeiro do rei Jeoiaquim,
- 3 Veio expressamente a palavra do SENHOR a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar, e ali esteve sobre ele a mäo do SENHOR.
- 4 Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do norte, uma grande nuvem, com um fogo revolvendo-se nela, e um resplendor ao redor, e no meio dela havia uma coisa, como de cor de ámbar, que saía do meio do fogo.
- 5 E do meio dela saía a semelhança de quatro seres viventes. E esta era a sua aparência: tinham a semelhança de homem.
- 6 E cada um tinha quatro rostos, como também cada um deles quatro asas.
- 7 E os seus pés eram pés direitos; e as plantas dos seus pés como a planta do pé de uma bezerra, e luziam como a cor de cobre polido.
- 8 E tinham mäos de homem debaixo das suas asas, aos quatro lados; e assim todos quatro tinham seus rostos e suas asas.
- 9 Uniam-se as suas asas uma à outra; näo se viravam quando andavam, e cada qual andava continuamente em frente.
- 10 E a semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem; e do lado direito todos os quatro tinham rosto de leäo, e do lado esquerdo todos os quatro tinham rosto de boi; e também tinham rosto de águia todos os quatro.
- 11 Assim eram os seus rostos. As suas asas estavam estendidas por cima; cada qual tinha duas asas juntas uma a outra, e duas cobriam os corpos deles.
- 12 E cada qual andava para adiante de si; para onde o espírito havia de ir, iam; näo se viravam quando andavam.
- 13 E, quanto à semelhança dos seres viventes, o seu aspecto era como ardentes brasas de fogo, com uma aparência de lámpadas; o fogo subia e descia por entre os seres viventes, e o fogo resplandecia, e do fogo saíam relámpagos;
- 14 E os seres viventes corriam, e voltavam, à semelhança de um claräo de relámpago.
- 15 E vi os seres viventes; e eis que havia uma roda sobre a terra junto aos seres viventes, uma para cada um dos quatro rostos.
- Livro de Ezequiel
Representação de altar na iconostase, com o oficiante, de braços erguidos- S. Martinho a oficiar mais dezoito personagens a assistirem ao ofício litúrgico.
Na tampa – Cristo na mandorla, rodeado pela figuração do tetramorfo na forma dos evangelistas com as faces dos respectivos animais simbólicos, erguidos sobre banquetas de cariz oriental.
«Na sua Ascensão manifestou a sua divindade. S. Mateus é-nos representado por um homem, porque se detém principalmente na humanidade de Jesus Cristo; S. marcos pelo leão, porque trata da sua Ressurreição; S. Lucas pelo bezerro, porque se ocupa do sacerdócio; S. João pela água porque escreveu sobre os mistérios divinos» S. Gregório Magno, in Ezek., hom. 4 (S. Tomás de Aquino, Catena Aurea )
S .Martinho de Dume (c. 520 – 580)- monge, bispo, reformador, escritor, poeta- Martius Martinus- como lhe chama Venantius Fortunatus , foi o grande educador clássico e cristão dos povos bárbaros peninsulares.
Entre várias obras que redigiu, salienta-se o De Correctione Rusticorum– inspirado no De Catechizandia Rudibus, de Santo Agostinho- mas dirigido aos rústicos dos campos- de modo mais simples. A preocupação na catequização da corte sueva é testemunhada na escrita, pela Formula Honestas Vitae, dedicado ao rei Miro e seus pares, bem como tratados éticos- De Superbia, De Ira, Pro Repellenda Jactancia e Exhorftatio Humiliatis.
A ele se deve a reforma da liturgia, bem como canónica e administrativa na zona de influência de Bracara Augusta, segundo os mais puros modelos da Igreja de Roma.
Por este motivo, nos Cânones do segundo Concílio de Braga (573) a que presidiu, foram substituídos os dias da semana do calendário romano, pela nomenclatura do latim eclesiástico, em que feria (feira) significa o dia dedicado a trabalho para o Senhor.
Portugal permanece com esta originalidade de raiz cristã, já que nas restantes línguas o nome dos dias da semana continuou a incluir referências a divindades pagãs e planetas crismados do panteão greco-romano.
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Nota: Para as simbiose entre o paleocristão e a tradição greco-latina, recomenda-se os estudos de Manuel Justino Maciel, em particular –A arte romana tardia e paleocristã em Portugal (1993)
2 comments on “Século VI”
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Lembras bem. Claro que conheço S. Frutuoso de Montélios.
Estava era para recuar até S. Pedro de Rates, já agora.
também gosto muito desta:
http://www.ippar.pt/pls/dippar/pat_pesq_detalhe?code_pass=70191
se um dia fores a braga, vai ver a capela de s. frutuoso.
RB