Os Títeres e os títalos
«Em todo o caso, não percebo tanto escarcéu de cada vez que descobrem um falso doutor entre os ministros ou um falso engenheiro entre os chanceleres. Já a evidência recorrente e corriqueira de , por obra e graça de eleicinha, tanto doutor e engenheiro se transformar em falso ministro ou em pseudo-chanceler não parece incomodá-los minimamente. Para não variar, aponta-se o cisco, a pentelhice na vista alheia e faz-se de conta que o argueiro – melhor dizendo, a trave descomedida – no olho próprio, embora cego, é perfeitamente natural. O escandalinho funciona assim como quê – paliativo para a imunda resignação?
E sempre pergunto: qual é o espanto? O escândalo é ele ter-se feito doutor em doze meses? Num país em que centenas de milhar se fizeram democratas numa noite – a mesma velocidade que qualquer eleito leva a mudar de nacionalidade, só que de dia e passada meia-hora de investidura -, o que é que isso tem de extraordinário?…»A sério, um ex-país infestado de gente com testículos postiços, coluna gasosa, moral descartável e lógica de conveniência consegue ainda indignar-se com um título postiço? Não, isso é que é assombroso.»
2 comments on “Os Títeres e os títalos”
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Olá, Floribundus
Pois é. Eu não votei neles por causa deste palerma. Já na altura tresandava a aventais.
Quanto ao detalhe, na volta há muitos mais com as barbas de molho (pelo “serguro”, né?)
o que mais me espanta é só descobrirem bastante depois das nomeações.
sempre fui social democrata antes do 25.iv
depois chamavam-me fascista os que o tinham sido
um sócio da UN teve importante cargo na maçonaria
diziam que o bigode duma figura conhecida era ‘uma tentativa frustrada de virilidade’