A algália ocidental

Li em qualquer parte num autor antigo, tratando deste poderoso rei que, no espaço de trinta anos, se divertiu conquistando e perdendo cidades, derrotando exércitos e sofrendo revezes à vez, expulsando príncipes das suas possessões e jogando à coca com os meninos. Depois, a sua diversão consistia em incendiar, devastar, saquear, assolar e matar súbditos e estrangeiros, amigos e inimigos, homens e mulheres. Conta-se que em todos os países, os filósofos se reuniam e discutiam seriamente as causas naturais, morais e políticas, procurando uma explicação para este fenómeno. Por fim, o vapor ou espírito, que animava o cérebro do herói, encontrando-se em perpétua circulação, confiscou aquela região do corpo humano, tão conhecida por alimentar a algalia ocidental, e, acumulando-se aí em forma de tumor, permitiu ao resto do mundo desfrutar um momento de paz. O que é, pois, de uma importância capital, é o lugar onde se fixam as exalações; e o que realmente carece de importância é o lugar de onde as exalações partem. Os mesmos vapores, que ao passarem pelas regiões superiores os fazem conquistar um reino, quando descem ao ânus manifestam-se numa fístula.

Jonathan Swift, O Conto de um Tonel (1704)

6 comments on “A algália ocidental”

  1. zazie says:

    ehehe

    É verdade, tens razão, rapaz.
    Isto aqui é um blogue sério e muito católico

    “:O)))))

  2. Animal says:

    só tem piada se a badalhoquice for num blogue sério… no meu já perde a graça 🙂

  3. zazie says:

    És muito maluco. Só tens olhinhos para a badalhoquice.

    E ainda por cima num blogue tão sério e familiar como este.

    “:OP

  4. Animal says:

    se olhares com atenção vês um cu em cada louCUra…

    e se lhe tiras o cu, fica uma loura, hehehehehehe

  5. zazie says:

    Aplica-se, aplica-se. Mas estava numa mais internacional dos vapores.

    Cus há muitos, e loucura ainda mais.

  6. Animal says:

    algo me diz que essa fístula tem uma designação científica: portugal.

    acertei?

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