7 comments on “o doninha a dar cartas”

  1. zazie says:

    o doninha é assim: anarca, brilhante, corrosivo. Também foi com ele (lá no Pastilhas) que tive os mais duros debates acerca da guerra do Iraque.

    Mas aqui, para além das possiveis engenharias sociais que minimizem a questão (não que a resolvam) e que até costumam ser apresentadas em versões opostas ainda que com o mesmo fim (por liberalizantes ou socializantes) o que importa é desmontar essa ideia do complexo mental do racismo. Como se por doutrina as reacções “naturais” do corpo ethnos desparecessem. Como se não fosse precisamente por excesso de integração em grupo que estes combates e provocações se dão.
    …………………….
    Quanto ao DO é um propagandista. Mas ao menos dali já se sabe o que vem. Sempre prefiro aquela propaganda bem centrada no partido (e demarcando-se dos demais) que a mixórdia irresponsável e politicamente correcta dos “apoiantes”.

  2. Ahab says:

    a posta do maradona (com minuscula) é brilhante.

    Vai direitinha ao essencial e ainda por cima está composta ao seu melhor estilo anarco-futebolistico que faz as delicias de todos os adeptos.

  3. timshel says:

    já há uns largos meses, quando andava por aquelas paragens me tinha dado conta (e criticado) do relevo que o Daniel Oliveira já nessa altura dava à extrema-direita

    embora não acredite que seja de forma consciente, ele é, desde há muito tempo, o maior propagandista desse tipo de organizações que existe na blogosfera

    O maradona diz isso bastante bem com os seguintes parágrafos:

    Tenho uma ideia da estratégia por trás destas visões de mar-alto em copos de água mas não me apetece expô-la. O que sei é que estes exageros serão a longo prazo contra-producentes, além de que dão uma publicidade imerecida a gente especialmente mediocre e mal cheirosa. Animais como estes deveriam ter sempre menos do que merecem, mas a gente dá-lhes mais, nomeadamente tentando argumentar com eles (como fez o Rui Tavares) ou sugerir o seu controlo pela lei (como fez o Daniel).

    (…)

    O Rui e o Daniel seguiram que nem cordeirinhos os caminhos de meia dúzia de inergúmenos atrasados mentais. Responderam-lhes com propriedade, gostaram de ser provocados nos locais da sua consciência onde têm as defesas mais baixas. Dá-se o infeliz caso de ser esse precisamente o local onde com eles menos temos a ganhar, onde, aliás, ninguém tem absolutamente nada a ganhar. É como responder com a exposição do percurso escolar e profissional da nossa mãe a quem nos chamou filho-da-puta.”

    Mas, esta estratégia está de facto ligada à necessidade da provocação enquanto instrumento de comunicação (e cito mais este parágrafo do maradona):

    “No âmago disto tudo está, parece-me, a decandência do debate intelectual, em particular, a valorização que se dá à provocação. Provocar é, desde há uns tempos, considerado como uma forma elevada de debate. A provocação, deixem-me dizer, é a mais baixa forma de discussão, pois faz depender o prosseguimento de um argumento não do seu mérito ou valor intrínseco mas do efeito primário que se sabe que determinada afirmação terá no interlocutor, por fraqueza específica, particular, deste. Uma provocação é eficaz, portanto, não porque é inteligente ou pertinente no ambito do tema que se está a discutir, mas simplemente por ferir o advesário no seu ponto irracional mais fraco. A provocação tem por objectivo obrigar o outro a responder-nos directamente, pelo caminho que nós indicámos e que supostamente nos interessa, não a discutir o problema que está em cima da mesa pelos múltiplos caminhos que se nos deparam, que são não só os nossos mas também os da pessoa que está à nossa frente. Esta forma de fascismo argumentativo está hoje em dia elevado à forma de arte, e não estou a estou a ver enfraquecer, muito pelo contrário.”

    Mas não é por acaso que as coisas acontecem assim. Acho que as razões do nosso falhanço económico, educativo e cultural estão na base deste dipo de discurso. O problema é só saber o que apareceu primeiro, o ovo ou a galinha?

  4. zazie says:

    Mas o texto do doninha é muito mais do que isso. No seu habitual estilo caótico destaca uma série de questões que costumam ser misturadas por quem vive de palavras e “imaginários”. A provocação no lugar das ideias; o ethnos natural que não se muda “por doutrina”, e a lei e a política da razoabilidade que só poderá cuidar da polis se conseguir entender isto. Por isso ele avisa: depois, se tivermos verdadeiros problemas políticos- ou vão dizer que não tinham reparado (apoliticamente) ou vão ter de recorrer à “raça” para os explicar.
    Até lá, e por motivos propagandísticos convém sempre misturar tudo e sempre que possível inventar mais umas ligações impensáveis.
    Há que ir mexendo a panela…
    De outro modo esgotavam-se as causas e lá se iam os votos.

  5. zazie says:

    daí a noção de simaquia

  6. zazie says:

    creio que já o Aristóteles explicava a coisa quando não reduzia o ethnos à polis.

  7. Meu amor,como podem ver a questão apoliticamente, se a questão é eminentemente política?

    Política: o governo da cidade.

    Manel

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