Interrupção da interrupção

Pergunta o caro Lutz porque (não) as velas no 19 de Abril na Baixa Lisboeta? – passados que foram apenas 500 anos e a memória e ódio ainda tão vivos se encontram na alma alfacinha, acrescentaríamos nós.

Reposta: Não.
Argumentos breves e curtos.
1- Por uma questão meramente ecológica e ambiental- estão pelos olhos da cara e apagam-se facilmente ao ar livre.
2- Nunca se sabe o uso menos próprio que podem dar aos toros abandonados. Como diria o anti-anzi, que nisso é mais cauteloso- “eles andam pela noite de breu à procura”…

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Acrescento [11-4]
À laia de conclusão:

Se não nos desentendemos pela ausência de actos, há sempre possibilidade de se inventarem desentendimentos pelas palavras. Quase em português mas muito pouco em “bom português”, o Lutz diagnosticou-me: “raiva e ressentimento”.
Uma amável e inteligente síntese psicanalítica que deveria ser levada a efeito sempre que alguém cai na esparrela dos “diálogos” e do pretenso interesse na compreensão das ideias.

Raiva- (substantivo feminino)= doença grave que ataca os cães e os gatos (e atinge, por vezes, o homem) carcterizada por acessos furiosos seguidos de paralisia, conhecida também por hidrofobia.
– fúria louca
– ódio
Ressentimento- (substantivo masculino)= lembrança dolorosa de uma ofensa recebida
– melindre
-rancor.

…………….
Durante a Guerra muitas famílias de judeus alemães refugiaram-se no nosso país. Foram acolhidas na nossa sociedade, apadrinhadas por outras famílias portuguesas em laços familiares e protecções várias e integradas nos mais diversos tipos de empregos. Não há memória que se lhes tenha alvitrado qualquer cerimónia pública de reconhecimento.

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Acrescento #2: [12-4]

Nunca devia ter deixado esta questão aqui no blogue, nem a brincar, mas agora já é tarde e andam para aí uma série de ligações.
Como a confusão é grande, fica apenas aqui um esclarecimento.
1- Nunca pretendi intrometer-me na ideia da convocatória. Tem uma autoria, tanto quanto saiba apenas com divulgação na blogosfera. Apresentou-se com carácter judaico em forma de homenagem de pesar, com o nº simbólico (ou utópico) de 4 mil velas na Praça do Rossio. Sobre essas particularidades nunca me pronunciaria. Por uma simples razão- quem tomou a iniciativa não tem de a colocar a votos (muito menos virtuais).

2- Nunca defendi que quem adere ou não adere precisa de se justificar. Apenas considerei que as pessoas que entraram em “debate” histórico e outros transversais sobre o assunto deveriam justificar os seus argumentos, em vez de contabilizarem prós e contras de toda a espécie ou fiscalizarem as supostas más intenções dos outros.

3- O cerne dos meus argumentos centrava-se e centra-se na discordância de um hiato de quinhentos anos de dívida em aberto que esta homenagem pretenderia saldar. Do mesmo modo, manifestei desacordo na defesa de exemplaridades terapêuticas de supostos ressentimentos anti-judaicos que existam no presente ou imaginários atritos que possam vir a existir no futuro.

4- Por último e como principal tónica, a minha oposição teve como alvo um pensamento que defende a transformação deste tipo de homenagens em deveres oficiosos e nacionais, “desmistificadores” de uma qualquer História “branqueada” a que seria necessário pôr termo.

14 comments on “Interrupção da interrupção”

  1. zazie says:

    queres?

    ok. Fica mais um ou dois dias (até à Sexta-Feira Santa) mas olha que tenho aqui outra surpresa terrível…

    ehehe

    beijocas

    até estou a vê-lo neste momento

  2. Mário says:

    os Dead Kenedys please!

  3. zazie says:

    hummm… e porque é que eu estou protegida?

    muito estranho… muito estranho…

    já agora, preferem o filme punk ou uma musiquinha tipo bella chao ou Dean Martin?

    ou um filme de desenhos animados?
    ehehehe

  4. Formol says:

    é do ie é

  5. Mário says:

    Continua a fazer, mete o filme, que não é disso e ele mereçe ser visto, pode ser do meu IE.

  6. zazie says:

    ai é? Então é um bom e fiel controle esse active X. Vou tirar o filme a ver se ainda continua. Também me irrita quando vou a outros blogues e isso me acontecia mas não sabia que eles reconheciam o dono…

  7. Mário says:

    Quanto ao controle:

    O que aparece quando carrego a página: “You need a activex control to view this page”. Aparece umas 6 vezes até que dou ok, depois não volta a aparecer, talvez tenha a ver com o player que tens ali para o youtube.

  8. Mário says:

    ai, só ataca os forasteiros…..

    raio das gralhas

  9. Mário says:

    O teu controlo não ataca o dono só os forasteiros 🙂

  10. zazie says:

    estavas a referir-te aquele bloqueio de pop ups? eu nem tenho publicidade no Cocanha e escondi a barra do blogger já para evitar isso…

    como é que tens controle active xis e eu não tenho?

    aqui está um mistério e uma verdadeira segregação que me apoquenta

    “:O?

  11. zazie says:

    conta lá que história é essa do controle Active Xis, pelo-me por espionagem.

    Verdade, agora é que fiquei mesmo curiosa, quanto ao resto já estava de acordo à partida. Até queria fazer uma correcção- não sei se nutro antipatia pelo que referi mas tenho a certeza que me encanita. Encanitar é mesmo o verbo mais correcto.Se fosse verdadeira antipatia nem perdia tempo com eles.

    Fico à espera de pistas para o tal danado de controle Xis

    bjs

  12. Mário says:

    Começo já por protestar veementemente contra um contole Active xis que me atormenta repetidamente sempre que me aproximo desta vossa internetica morada ! Corro-o sempre a tiros de caçadeira, mas o desgraçado deve ser de estirpe vampiresca pois renasce sempre.

    Sobre o caso das velas:

    a) Massacres na história há demasiados, mas foram todos fruto do seu tempo histórico. Não se deve pedir perdão pela história, mas deve-se sempre perceber porque ocorreram para não se repetirem erros descenessários.

    b) Há demasiado pudor em falar sobre raças ou credos com receio de ofender ou de não arranjar problemas. Não vou tomar nenhuma iniciativa sobre este ou outro porque o mal já está feito, acho preferível evitar males futuros.

    c) Por enquanto (talvez nunca) isto não terá grande impacto (nenhum ?), isso também não me tira o sono porque as minhas preocupações são outras mais terrenas.

    d) Não me ocorre mais nada agora

    Tenham um bom dia 🙂

  13. zazie says:

    e eu não me sinto mais democaca que os outros para me achar no direito de os julgar pelas palavras. Este é um aparte mas é o cerne da questão.

    O outro é que não tenho a menor simpatia pelos grandes educadores que sonham com discursos públicos e manuais únicos onde o politicamente correcto fosse lei, a crítica abolida e a liberdade transformada numa enorme culpa e inferioridade colectiva- o anti-nacionalismo da desgraça e da vergonha.

    Fora isto também não nutro simpatias por psicanálises da alma.

  14. Formol says:

    Eu não sinto culpa pela História. Não preciso de pedir desculpa a ninguém. A ética é hoje.

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