Discursos políticos para a posteridade #1

(…) “E falha José Saramago ao comparar os israelitas aos nazis e falham os palestinianos ao pretender negociar a sua auto-determinação defendendo a extinção de Israel, como falham certos políticos israelitas (actualmente uma minoria em Israel), ao considerarem que não há outra solução senão a continuação de uma política de ocupação (ainda que legitimidada por alturas da guerra que lhes foi movida pelos árabes).
O maniqueísmo uma vez mais (tal como nalgumas das dicotomias clássicas – proletário-burguês, comunismo-capitalismo, nacionalismo-internacionalismo, fascismo-democracia, imperialismo-autonomia e outras), não é resposta nem conclusão para problemas tão vastos e complexos que exigem de nós uma maior capacidade de reflexão e entendimento, e sobretudo de envolvimento nos mesmos sem quaisquer parti-pris e preconceitos.

E enquanto estamos preocupados com os judeus e os negros, os islâmicos e os hindus, os ciganos e turcos, as grandes CORPORAÇÕES, OS GRANDES VIGILANTES, as Microsofts, as Coca-Colas, os McDonalds, os lobbies petrolíferos islâmicos (todos juntos no Rock-em-Rio, formando o verdadeiro Eixo do Mal, se é que se possa falar assim de um projecto que não tem língua, não tem pátria nem geografia, não tem religião, nem identidade e se chama OPRESSÃO, AUSÊNCIA DE LIBERDADE, COISIFICAÇÃO DO HOMEM), vão bebendo nos nossos ódios, vão alimentando a nossa necessidade e sede de vingança sobre os mais fracos e magros, vão retirando da nossa inveja, o fermento que necessitam para se fortalecer e tomar finalmente as rédeas do Mundo. Como os da Transilvânia mas voando por dentro…”

Quem disse?

9 comments on “Discursos políticos para a posteridade #1”

  1. cbs says:

    deves tar é a ver o jogo da Pátria. e eu vou fazer o mesmo.
    pra me comover com as armas e os barões assinalados :)))

  2. cbs says:

    tou a ver…
    e o que é um esquisoide?
    “:0)

  3. zazie says:

    há uma arte dificílima que se chama ironia.
    Já dei comigo a reler aquilo tudo de alto a baixo e a ter dos maiores ataques de riso que me recordo.

    A loucura mansa é um tipo de humor tão inteligente que passa por o não ser.

    Só tenho a agradecer-lhe ter proporcionado um dos melhores exemplos do género.

    E olha que se há coisa em que sou esquisita é no humor. Rio-me facilmente mas para apreciar só mesmo o genial.

    Isto é para se guardar e dar a ler a filhos ou netos. É uma pequena preciosidade que escapou ao meio.

  4. zazie says:

    ai sim? e que me dizes daquelas passagens da vingança sobre “os mais fracos e magros”

    ou da comparação com “os da Transilvânia mas voando por dentro?

  5. cbs says:

    é pá
    tu julgas k eu conheço a blogosfera, mas eu sou um saloio nisto.
    sabia lá quem era o Alexandre de espada á cinta :)))
    concordo com aquilo ponto por ponto.

    tenho uma simpatia especial plo Dragão, mas só aceito a maior parte do que diz como mero folclore de gozo, aqui e ali bem ajustado a alguma besta que ele zurza. mas não é pra levar a sério

    (e para quê um blog contra?)

  6. zazie says:

    ehehe

    continua a ler e lê mais devagar e com mais atenção…

    Só uma dica. É apenas um excerto. A coisa inteira é mais óbvia mas, mesmo assim, posso garantir-te que agradou muito ao “piqueno” da Rua da Judiaria

    AHAHAHAHAHA

  7. cbs says:

    O nacionalismo renascente (o islão tem a ver com isso) creio ser uma reacção à homogenização (ainda por cima com predominancia de valores anglosaxónicos); o nacionalismo pode ser o ultimo reduto de quem se sente acossado.

    Ó Zzazieeee…. quem foi?

  8. cbs says:

    Quem foi?
    o discurso é bom, especialmente porque estabelece os vazos comunicantes da politica.
    Quando a homogeneização absorve as identidades, o grupo, a nação (a tribo moderna) fortalece-se por reacção de sobrvivencia. Penso isso, tiram-se valores, dá-se força a outros valores, nem sempre muito jeitozos…
    O século XXI entrou-nos com uma grande contradição: a frase “todos diferentes todos iguais”, ideia que prezo, mas é prenhe de conflitos; a necessidade identidade (sobrevivencia) e a homogeneidade da mundialização, são fenómenos que não casam fácil, podem até ser suicidas…

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