Vade retro, filisteus!

Com tanto espólio ao abandono, com tanto monumento para restaurar,deu-lhes agora a veia novelística do “trocados à nascença” só para meterem o nariz no reizinho.

Que a praga da múmia os atormente, carago!

32 comments on “Vade retro, filisteus!”

  1. zazie says:

    e eu vou mas é ver se posto os cabeças de cavalo que já não aguento olhar para aquela treta do último post
    “;O))

  2. zazie says:

    ahahha já advinhei Piero Manzoni- merde d’artiste

    “:O)))
    bisou, bisou

    mas olha que essa é ecológica. Bem guardadinha que o embrulho é sempre muito importante

  3. cbs says:

    “Mais um pouco e até o cócó dos cãezinhos há-de passar por novo estilo de Street Art”

    Zaz, acabaste de me inspirar um post.
    uma coisa de que ouvi em tempos.
    vai ver, é arte insitucionalizada, está na Tate, ehehe..

    beijocas muitas “;0)))

  4. zazie says:

    é claro que não ia acreditar que defendes a pedofilia. Mas irritei-me com o que escreveste- Foste tu quem escreveu-
    O poder tem duas formas essenciais de lidar com fenómenos socais fora das regras:
    a) reprime
    b) dá-lhes regras e institucionaliza-os, ou seja absorve-os e torna-os mansos
    a primeira reacção só tem exito se a própria sociedade condenar o comportamento (ex. a pedofilia)
    a segunda é a mais inteligente, se o comportamento for aceite pela maioria (não vale aqui introduzir os valores éticos, só estou a referir estéticos), porque a repressão só vai reforçar os comportamentos desregrados (ficam heróis contra poder).

    que leitura é que isto pode ter a não ser a que eu fiz um tanto de forma bruta?
    Sorry mas escreveste-o. E não foi para falar do passado, foi a dar exemplos para presente.

    Quanto a não concordares com tipificações de “arte degenerada” no escrever- “o rui da zona jota esteve aqui” ou merdas quem nem legíveis são em cima de tudo quanto lhes aparece à frente, ok.

    Mais um pouco e até o cócó dos cãezinhos há-de passar por novo estilo de Street Art

    “;O)

  5. zazie says:

    Cbs,

    Sejamos sensatos. Tu já sabes que nestes temas não há ponte possível, Tu entendes-te numa “lida insana” ou numa “natureza maligna” e eu desentendo-me precisamente aí e por estes precisos motivos.

    E depois queres andar à volta com as ideologias e as análises comportamentais e eu sou lixada com as minhas embirrações e não abro mão. Que se há-de fazer.
    Mas não gosto que confundam tudo ou que, à custa dessas minhas características bem vincadas me atribuam gostos ou falta deles no que não tenho.

    Aqui vai para sistematizar o que foi deturpado
    1- gosto de um bom graffitti

    2- detesto vandalismos de rua seja lá o motivo que lhes possa dar cobertura. O espaço público e a propriedade privada é para ser respeitada. Ponto final. Nunca abriria mão disso e muito menos com a ideia que abrindo estou a contribuir para o civismo das pessoas

    3- Estou-me marimbando para o gosto massificado e nunca defenderei que devemos prescindir do papel de formação só porque a maioria ou a sociedade já não quer saber.

    4- Um acto é um acto. Se é uma violência é uma violência independentemente da época ou de a maioria achar que é ou não é. Violar uma criança é um crime. Ponto final. Nunca me poderias ler a achar que agora era melhor pactuar e esperar que a sociedade toda assim pensasse para defender uma criança. Caso nunca tenhas reparado eu tenho os meus princípios e a defesa dos mais fracos faz parte deles, ainda que não tenha a cobertura da ideologia de esquerda.

    5- Quanto à educação dos seus é com cada um. Também já me fartei de explicar que não tenho veia pedagógica. È coisa que resolvi com os meus, dentro de casa e que não gosto de tornar exemplo público. Apenas posso acrescentar que também não gosto de passar por quem não entende ou se interessa pela juventude e muito menos em termos artísticos. E mais não digo porque estou aqui na clandestinidade.

    “:O)))

    (não acredito no benefício da bananice na formação dos jovens
    ehehehe e para tal também não é preciso ser-se tirano)

  6. cbs says:

    mas já sei que sou classificado de senil conformista, pai sem pulso.
    assumo, sou isso e vejo-me á rasca prós aturar, lol

  7. cbs says:

    diálogos estropiados?
    pois é, mas na blogosfera é o normal, e vejo-te amíude vezes, não em linhas de rumo, mas em verdaeiros novelos de conversa 🙂

    mas não quero complicar-te o trabalho, o gozo disto é que já fui ao super mercado, já fiz uma duzia de coisas e tenho sempre aqui mais alimento prá alma 🙂

    olha, já entendi o teu ponto, mas continuo aqui: “Não concordo com a tipificação que fazes de arte degenerada, já ouvimos isso tantas vezes… e depois a arte institucionaliza-se e prestam-lhe culto.”

    conheço a história do Giuliani e dos graffitti de NY, mas sei pouco sobre isso, não era a primeira vez que o enredo seria mais complicado dio que a dita “pequena criminalidade”, criminalidade só porque alguns não gostam? para mim é como o aborto, há uns a ditar aos outros o que é certo e o que é errado. não faz parte do que eu considero crime (o que não quer dizer que não aceite regras)

    mas não discuto mais isso, já entendi e discordamos… agora… eu não digo que:
    “ir ao cu a uma criança se passar a ser moda deixa de doer” digo que há e houve sociedades que aceitavama pedofilia, e tu sabes disso.
    “tu me disseste que quem os faz já não é capaz de entender a estética de umaz gárgula” disse algo mais ao lado, disse que a maioria dos putos liga pouco às gárgulas (e a muito mais coisas antigas) e liga mais às street arts (Zazie, achas que eu digo em inglês pra armar? ao menos faz-me justiça, kero lá saber se a palavra é latina ou não); e pareçe-me óbvio que não é tudo assim, mas falo em geral

    és difícil (mesmo pla net!), ou então sou eu que sou estupido (o que não me admira nada, se foi a outra besta que saltava em cima da mesa nos idos de Abril, que chegou a presidente da Comissão europeia, sou eu que sou estupido 🙂

  8. zazie says:

    por acaso conhecia este site de artcrimes e até me parece que é capaz de ser um tanto elucidativo acerca dos países onde mais há desta procaria. Não é por acaso que a França, bate sempre o record. Depois aparecem as explosões de carros e os gangs a quererem tomar conta dos seus espaços e a proibir os indígenas ou a polícia de lá meter os pés…

    Pois. Mas também é curioso reparar como o tal Norte da Europa de tradição tão puritana não vai tanto na conversa. Pois é. Bruxelas está espatifada mas Bruges ainda é território virgem.
    O mesmo território onde não há automóveis em cima dos passeios, nem centros comerciais e zonas estritamente pedonais.

    É pena que o nosso novo-riquismo só goste de imitar o pior. As americanices em tudo.

    E depois esquecem-se do mais simples- tudo o que é incentivo a desrespeito por propriedade só vai ter como consequência ser macaqueado à exaustão.

    Quem risca murais do metro, painéis do Almada Negreiros; paredes de igrejas, transportes públicos, jardins infantis, casas particulares acabadas de pintar de fresco, com garatujos, merdas de sprays e riscalhadas com os seus nomes, não está a fazer mais do que propagar, à sua maneira, o hábito instaurado da passividade perante tudo.

    Da marginalidade feita arte.

    Acatada por uns bacocos que mereciam ser pintados, de igual modo, da cabeça aos pés.

  9. zazie says:

    A street art… uma pessoa fala estrangeiro e a coisa ganha logo cotação na bolsa. Aqueles imbecis que param no Chiado a fazer macacadas sem a menor piada são artistas ou fraudes de saltimbancos? Por acaso lembro-me de bons saltimbancos de rua. Até com cabras e e cabriolices bem bacanas. Depois vinham pedir uns trocos a quem assistia à janela.

    É claro que as cabriolices não vandalizam nada. Não é apropriação da propriedade alheia ou do espaço público para o espatifar e sujar!

    Mas também me lembro dos autocarros escortanhados por canivetes e pinturas de nomes em tudo o que era sítio. Foi pena não haver moda americana na altura que ias ver que até se promoviam concursos de quem melhor esfaqueava os assentos dos transportes públicos. Foi azar de não haver tv e depois da que apareceu ser apenas a preto e branco…

  10. zazie says:

    como digo essa merda que é a verdadeira merda que estraga todas as cidades não é nem tem comparação possível com alguns bons graffittis que apenas aproveitam muros e espaços vagos e que nem sequer usam aquela porcaria de caligrafia estandartizada.

    Esses são criativos, não vandalizam, são elitistas e nunca poderiam servir de exemplo para me dizeres que a juventudo tem outros gostos e não é capaz de apreciar gárgulas porque prefere “street art”

  11. zazie says:

    cbs,

    estou a trabalhar e tenho sempre dificuldades em diálogos estropiados.

    1- “Mas mesmo que detestes graffittis”

    onde é que eu disse que detestava graffittis?

    eu perguntei-te o que consideravas graffittis porque tu me disseste que quem os faz já não é capaz de entender a estética de umaz gárgual

    E eu digo- se é de graffitti que estamos a falar e não de merdas de riscos de letras todas iguais que vandalizam as cidades em todo lado, então acredito que a empatia só possa existir com a mijadela do animal.

    Acrescentava-lhe até o exemplo de gravar nomes em obras de arte como já se fazia no passado. Tenho alguns testemunhos dessas “manifestações artísticas” em várias monumentos do nosso país.

    Umas por acaso até fazem parte de uma visita de estudo dos alunos de uma escola ao cadeiral da Sé do Funchal.

    Sabes qual é a diferença- é que neste caso não havia a palavra graffitti nem a moda importada da América.

    Era apenas vandalismo nacional.

    Mas esta tua teoria que ir ao cu a uma criança se passar a ser moda deixa de doer e espatifar o corpo e traumatizar o petiz, é capaz de ter adeptos.

    Vais ver que tem. Afinal, como tu dizes, é tudo uma questão de mudança. Tempos houve em que ninguém se queixava, para que havemos nós agora de nos preocupar com essas mariquices que só fazem bem à integração social?

    (quanto à pergunta e a nível mais sério, já o disse várias vezes- em termos sociais sou adepta do modelo do Rudy Giuliano, o ex-mayor de NY.)

    em poucas palavras a ideia é que se deve começar precisamente por contrariar o ha´bito da pequena criminalidade.

    No caso da merda dos riscos que estragam os prédios e as ruas de toda a Europa, nessa merda que não tem nome e que só por total idioteira se chama arte, o principal problema reside precisamente no hábito de não respeitar o espaço público.

    Quem se habitua que é dono de tudo o que o rodeia e que tudo o que rodeia foi feito para ser sujo e estragado está no início de carreira da marginalidade.

    A menos que seja “artista” e aí é capaz de estar no início de aprender que é fácil impingir por brutos preços qualquer americanice da moda aos pategos.

  12. cbs says:

    O poder tem duas formas essenciais de lidar com fenómenos socais fora das regras:
    a) reprime
    b) dá-lhes regras e institucionaliza-os, ou seja absorve-os e torna-os mansos
    a primeira reacção só tem exito se a própria sociedade condenar o comportamento (ex. a pedofilia)
    a segunda é a mais inteligente, se o comportamento for aceite pela maioria (não vale aqui introduzir os valores éticos, só estou a referir estéticos), porque a repressão só vai reforçar os comportamentos desregrados (ficam heróis contra poder).

    Eu não tenho a certeza de nada Zazie, mas parece-me que é assim
    ke axas?
    ?:0)

  13. cbs says:

    Ora Zazzz
    volto a repetir: não estou a pedir-te que adiras a nada, nem ao maior número, nem a grunhos.
    Mas mesmo que detestes graffittis são um fenómeno urbano, são factos sociais.

    por oputro lado concordo, não é muito diferente do mijo do cão a marcar territorio, apesar de muito mais criativo.
    E o que eram a maioria da arte rupestre senão marcas?
    E o que é a maioria da expressão humana senão marcas?
    Não concordo de todo com a tipificação que fazes de arte degenerada, já ouvimos isso tantas vezes… e depois a arte institucionaliza-se e prestam-lhe culto.
    Para cada mural extraordinário há milhões que não valem nada; diz-me um domínio humano em que seja diferente

    PS: Street art é um chavão que serve pra tudo desde a música e dança (rap, etc) aos graffitti, passando pelo skating, saltos de obstáculos por vezes ditos “parcours”; e é um fenómeno mundializado e urbano. Claro que tudo semi clandestino e mal visto pelo poder público… por agora.
    exs:
    http://perso.orange.fr/le.parkour/france/
    http://www.artcrimes.com/

  14. zazie says:

    Mas a que é que chamas street art?

    Áqueles riscos e garatujos por tudo quanto é sítio, iguais em todo o lado e que a única comparação legítima que se pode fazer é com o instinto dos animais em mijarem para as paredes para demarcarem território?

    É isso? isso é que é a tal arte que se opõe à capacidade de apreciar gárgulas e respeitar património?

    Nesse caso prefiro dialogar com uma gárgula!

    É que se não é disso que estás a falar e apenas te referes a um escassíssima minoria de graffittis talentosos que apenas ocupam muros e locais abandonados das cidades e não o mero gosto do vandalismo, então meu caro, sempre te digo que quem os faz não pode estar privado de apreciar uma boa gárgula medieval.

    Ridículo parece-me querer transformar a degenerescência num suposto progresso em que até se incluiu a aprendizagem de “gosto” pelos big brothers televisivos.

    E se a maioria é morangos com açúcar o mais que eu quero é minorias. Ora!

    Era-me só o que faltava ter agora de escolher a via pelo maior nº de grunhos que a compõem

  15. cbs says:

    tu és mesmo tramada “:O)

    malentendidos
    1. OK, mas falei eu, posso?
    2.OK, OK

    interessesjovens
    1.não disse k te devias interessar por nada, só disse que os interesses divergem
    2.claro que há jovens diferentes, mas a maioria é “morangos com açucar”, se tens duvidas vê como é nas selecções que eles fazem
    3.”paizinhos que também não andam a reboque de modas”, mas quantos paizinhos vês ainda a influenciar decisivamente os filhos? claro que alguns tentam (há sempre, mas á bruta já não vão lá), menos conseguem, muitos sai-lhes cara a coisa.
    4.agora esta (delicia-me) que ficou pró fim: já sei que detestas paredes sujas (eu também, mesmo que te espantes… também não gosto de tempestades, por ex); mas mantenho que há novas culturas urbanas a que corrrespondem expressões de arte que poderão um dia ter o mesmo estatuto da que está instituida (do velho Louvre, pois);
    Quanto ao valor da Street art parece-me que discordamos totalmente… tudo nasce e morre Zazie.

    vou passear as minhas cadelas e já volto
    beijocas

  16. zazie says:

    já agora:

    que raio me havia de interessar se há jovens com interesses que prescindem do gosto pelo património e perferem sujar as paredes das casas e das ruas?

    Sou obrigada a entender toda a grunhice só porque ainda é uma grunhice jovem?

    E é bonito os mais velhos quererem entender o mundo “morangos com açúcar” só para não parecerem mais velhos?

    é pá, passo. Felizmente ainda há muitos jovens que não entram nessa caricatura.

    Se calhar, graças a paizinhos que também não andam a reboque de modas e ainda acreditam na importância da formação, do estudo, da cultura e da educação.

    Seja em que época for, seja em que sociedade for.

    Fónix!

  17. zazie says:

    Cbs,

    Eu disse que não percebeste nada mas a culpa foi minha. Não me devo ter explicado bem e a confusão continua neste teu novo comentário.

    Deixo apenas 2 pontos para tentar interromper a série de mal-entendidos

    1- Não falei de Portugal nem do tempo de Salazar

    2- Limitei-me a corroborar a tua frase- de que o mundo “on the road da vida boémia que sobrevivia a lavar pratos em Londres, acabou, como tu disseste- “ no século passado”.

    Foi isto a que me limitei a acrescentar “e andávamos na rua com uma liberdade que se perdeu e nem tínhamos noção que nisso éramos muito mais livres”.

    Ok? Foi apenas isto.

    O que por aí pode andar de permeio nada tem a ver com salazarismo, saudosismo, incapacidades de entender a felicidade dos jovens de hoje ou o benefício da União Europeia.

    Quanto muito, podemos ter um mundo bárbaro comandado pelo poder do dinheiro e “liberdadezinhas” sob-vigilância num monstro de barbárie neo-medievalista. Mas também não me apetece falar disso.

    Tu estás a fazer um balanço de Poetugal pós ditadura e eu apenas a falar do mundo on the road, sem pensar em particularizar para o caso Português.

    Estamos a falar de coisas diferentes.

  18. cbs says:

    Ai Zazz
    venho aqui madrugadar ao meio dia, e levo com um “não percebeste nada”…
    eu percebi, apesar da dificuldade 🙂

    primeiro assumo que sou um conformista tolerante; apenas há limites em k me torno intolerante, a violencia, por exemplo… mas enquanto é possivel, prefiro sair do sério.
    Isso não significa que não me considere realista (aí como tu) mas relativizo muito aquilo que vejo; tenho a noção que nunca é tudo, há sempre mais por trás da “realidade” que julgamos.

    segundo, nunca te acharei xata(e o melancólico sou eu), mas olha que prá malta jovem geral, os nossos maoires motivos de inteesse, como as tuas gárgulas ou o meu Bowie (e fiz a experiencia) não dizem nada a não ser bocejos. Podes interpretar isso como quiseres, mas os interesses deles afastam-se, por vezes para longe; por exemplo, gostas de pintar paredes na rua 😕

    Terceiro, ser moderno; esta tem que se lhe diga…
    e não sei se a atitude que tomas (e tomam muitos intelectuais) de rejeitar o habituamos a tudo (quanto à barbárie, tou contigo, mas por ética, nada a ver com modernidade), o maria vai com as outras, os shows da tv, etc; não sei, digo, se essa rejeição será moderna em si; talvez isso seja a tese das elites condutoras, que mostram ás massas o certoe o errado (como ser moderno).
    Mas o facto é que a modernidade trouxe as massas dos campos para a cidade, trouxe igualdade onde havia estratos sociais (a nobreza tinha etiqueta, o povo não), trouxe também o fim do pecado e da influencia da religião; e que deu emtroca pràs cabeças dessas massas? ideais republicanos (cidadania, por ex), que não só não foram absorvidos como hje nem significam nada.
    É por isto, pelo acesso das massas à “igualdade” e “liberdade” antigamente reservada, que não me parece possivel ter outra coisa senão boçalidade, superficialidade e egoísmo imediatista (caracteristicas do mundo moderno hoje); não há o travão da religião e nõa o substiruiam por outro.
    É esta a minha tese.
    Poderia ser diferente? duvido, é este o caminho alternativo ao Ditador.
    Mas nem tudo é negro no quadro, se atentares bem, a boçalidade popular, muito devagar, vai incluindo, aqui e ali, novas regras, nova ética, que se reflecidas pelas cabeças permitem ver a incoerencia dos comportamentos; quero dizer que demora muito, mas o povinho de hoje já evoluío para léguas das bestinhas de ontem (num século)…
    haja esperança no futuro e menos arrogancia nas elites (estas, se não forem tolerantes, não passam de novos ditadores das almas; e com que legitimidade pergunto-me)

    Zazz, nem tudo o que digo se insere na critica ou na resposta a ti, não quer dizer que não te tenha percebido, mas por vezes passo à frente e tudo isto não passa de humilde pensamento livre “:o)***
    PS: compara os testamentos que te faço, com a parcimónia que me caracteriza 😉

  19. zazie says:

    Acho que não sou chata nem virada para melancolias, cbs. E o que dizia não tinha a ver com saudades do tempo de Salazar.
    Não percebeste nada.

    Andar livremente na rua, brincar-se na rua em puto, sem ser preciso viver em condomínios fechados é liberdade.

    Devia ser um direito de cidadania. Assim como não ter de aturar carros estacionados nos passeios ou cavalgaduras do asfalto.

    E isso ainda se consegue hoje em dia mais facilmente numa cidade do Norte da Europa que em Portugal.

    Como é que explicas então esse facto?
    Pois para ti já estavam pior quando nós vivíamos na parvónia…

    A tua última frase é que resume todo o meu desencanto- a facilidade com que nos habituamos a tudo- incluindo à barbárie julgando com isso estamos a ser modernos.

    É isto que recuso e não é saudosismo.

    Chama-lhe o que quiseres mas olha que pior que a “velhice” lúcida é a senilidade conformista

    “:O)))

  20. cbs says:

    Não sei
    de facto não sei se se perdeu mesmo alguma coisa, alguma liberdade.
    Há muito mais liberdade numas dimensões (a net, etc) há menos noutras ( apressão dos media, por exemplo).
    Brutalidade, creio que sempre houve.
    A segurança que vivia o país do Salazar era ilusória (e a que preço), bastava ir a Londres para sentir alguam insegurança, e então os States…

    Se calhar, e ainda bem, os putos sentem-se tão bem agora como nós nos sentimos, eles não tem a noção das nossas perdas. A vida, por mais dificil, sorri quando temos força e hormonas aos pulos.

    E quando se tornarem xatos e tiverem putos, vão ficar com melancolias, lol
    é Zazie, talvez seja a roda d vida, sempre diferente, sempre igual (não necessáriamente LGBT 🙂

  21. zazie says:

    mas é claro que já sei que és capaz de me argumentar com a “roda da vida” e que agora cabe-nos a nós ficar na mó de baixo e trocar essas seguranças e alegrias patuscas pelo alargamento da escala.

    Seja como for, nunca me convencerão que ceder à violência e perder liberdade da rua por ela, é uma conquista da humanidade.

    O que me espanta é que se aceite que é essa a lei do “progresso”.

    Olha, o carnaval de Notting Hill é a única imagem de esperança que ainda conservo nesse campo…Parece uma tontice dizer isto assim mas é verdade

    “:O))

  22. zazie says:

    Tens alguma razão no que dizes e eu própria sem o que isso é por motivos familiares.

    Mas estava-me a referir a uma liberdade muito mais simplória. E nem precisávamos do exemplo do estrangeiro.

    Quem é que ainda sabe o que é o prazer de atravessar Lisboa a pé durante a noite, ler os jornais deixados debaixo das garrafas de leite e andar assim sem ter a preocupação de ser assaltado ou agredido na primeira esquina?

    E lavar pratos? na Europa? meu caro? o mundo que se perdeu nessa Europa que tanto gostas é o que nós ainda vamos conservando por sermos atrasados. O mundo em que ainda se podia ser pobre e feliz. O mundo das mourarias e ribeiras, que nada tem a ver com os guethos de violência do monstro que esta Europa ajudou a criar.

    É claro que nos nossos dias tivemos as bolsas da praxis e agora até conseguimos alguma migração de luxo. Foi essa a troca. Parece-me pouca e demasiado elitista para se pensar que só houve ganhos com a troca.

  23. cbs says:

    não sei se tens razão
    para mim sim, sinto o que dizes
    mas os putos de hoje têm o Erasmus, Zazie
    a malta vai a madrid, a barcelona, a bolonha, ao diabo, como eu ia ali à Caparica.
    Há comboios baratos pra jovens, até já custa mais barata a viagem de avião pra madrid que de “autopluma”.
    depois t~em residencias e casas alugadas que são verdaeiras republicas, com a diferença que passam por lá alemaes, espanhois, portugueses,italianos, o diabo.

    Zazie, tenho visto isto e conclui (com felicidade) que a geração de amanhã vai sentir a Europa como a sua Nação e cada país como uma provincia; vão para qualquer lado e estão emcasa com amigos.

    Nós, mais antigos, não nos apercebemos bem disto, temos a cabeça travada pelas fronteiras.
    Digo-te o erasmus está a fazer mais pela consciencia europeia do que as directivas de Bruxelas.

  24. zazie says:

    contaste pois, quando eu mandei aqueles postes a do Carnaval de Notting Hill.

    E neste caso tens razão, não passaram séculos mas é como se isso tivesse acontecido. Esse mundo on the road a lavar pratos acabou. Acabou grande parte da liberdade que na altura nem se sabia que a tínhamos.

    Já pensaste nisso? como eramos muito mais livres sem o sabermos?

  25. Anonymous says:

    Ó Zazie, desculpe lá. Não acha que o desastrado que fundou este país inviável, surrealista, bem merece que lhe apalpem os ossos?

  26. cbs says:

    não foi nada, bastava estar em Londres a lavar pratos e ser “jovem” :))))

    Contei-te que lavava pratos em Portobello Zazz? não me lembro, conto a minha vida e eskeço :/
    lavei pratos numa tasca chamada Obelix (Westbourne Grove)
    aos sábados, dia de feira creio, ganhava mais de uma libra nas gorgetas (em 75 imagina); a gajas das mesas é k recebiam, mas depois diviam com os “washer up’s”
    foi no século passado Zazz :/

  27. zazie says:

    os sítios onde já estiveste cbs…

    “:O))

  28. cbs says:

    :)))
    beijocas

    (e gamei-te o bowie e a Faithfull,…eu estive ali, não com eles, mas no Marquee)

  29. zazie says:

    eu cá estou é pelo Afonso, c’um caraças. Ter agora de aturar aqueles experts todos a palrar estrangeiro e medirem-lhe coisas que não são para se saber…

    Os sacanas que se lembrem das iluminuras que temos por aí a estragarem-se! e do cadeiral do duplo coro alto de Vila do Conde, já agora. Que ia jurar que depois do Robert Smith e de mim nunca mais ninguém lhe pôs a vista em cima. Ou o da sé de Viseu. Ou os restos que andam por Mora, a servir de armário para os baldes e vassouras das mulheres da limpeza!

    Uma trampa. Passo-me com estes novo-riquismos. Os sacanas não ligam a nada, não estudam nada mas gostam de gastar dinheiro no que não interessa nem ao menino Jesus.

    (O Bowie e a Marianne…)

    beijocas.

    È claro que para os jacobinos científicos esta devassa ao Afonsinho é um petisco…

    ehehehe

  30. cbs says:

    emocionas-te-me com o Bowie… lindo, lindo

  31. cbs says:

    resmas, palletes de monumentos!
    e logo nos havia de calhar este “património”
    :O)

    PS: eu axo k tu tás plo IPPAR, Zazie 😉

  32. António P. says:

    Força Zazie,
    Dê-lhes !
    Realmente depois da novela Mundial nada melhor que a novela da múmia !
    Haja paciência

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