O Egipto, um exemplo da cultura milenar nos países árabes. Por P.J O’Rourke

“Hatred between Palestinians and Israelis abides. Arab-led Islamic fundamentalism destabilizes nations from Algeria to the Philippines. The threat of terrorist attacks by al Qaeda continues. Also, our car needs gas. It is important to understand Arab culture.

Egypt seems a good place to start. Egypt is by far the most populous Arab state. And although Egypt is a poor country in per-capita-income terms, its economy is larger than Saudi Arabia’s. Historically Egypt has been the most westward-looking of Arab countries
(…)

To blame the existence of al Qaeda on poverty like Egypt’s is a slur on the poor. The September 11 attackers were taking flying lessons in America, not rug-weaving lessons in a village on the Nile. Yet there must be some economic, or political-economic, roots to the burning —flaming, bursting, exploding—bush of current events. Fouad Ajami, the author of The Dream Palace of the Arabs and a professor at the Johns Hopkins School of Advanced International Studies, has written, “Atta struck at us because he could not take down Mr. Mubarak’s world, because in the burdened, crowded land of the Egyptian dictator there is very little offered younger Egyptians save for the steady narcotic of anti-Americanism and anti-Zionism.”

Narcotics aside, this “very little offered” raises a question about Arab culture. Why has Egypt—and the whole Arab world—made relatively little economic progress? Even the oil-flush Gulf states have not become rich the way we understand rich in the West. Kuwait is little more than an oil spigot with people sitting on top, and all they have to do is turn the tap. But Kuwait’s per capita GDP is $15,000, whereas utterly resourceless Luxembourg’s is $36,400.

Egypt of yore may have been economically sclerotic, but modern Egyptians can’t really blame their ancient civilization. At least they had a civilization, which is more than we did—or, to judge by Jenny Jones, do yet. And Islam didn’t destroy that civilization any more than the Ptolemites, the Romans, and the Byzantines had before. The capitulation of Egypt to the Arabs was brokered by the Christian Patriarch of Alexandria in 642, on condition of security for persons and property and with religious freedom guaranteed in return for payment of tribute.

The Arab world began with a number of economic advantages besides tribute. It had a common language, a unified government, and territory that sat athwart the trade from the Orient to the Mediterranean, between the Mongols and the deep blue sea. To move goods by any other route was to risk getting very wet, or dying. The obligation of pilgrimage stimulated commerce and encouraged the general public to travel the way nothing else would until the invention of frequent-flyer miles and Disney World. A measure of law and order existed, unlike in Europe, where there was none, and in China, where there was too much. And Arabs had absorbed the learning of Greco-Roman civilization centuries before Europeans, in their Renaissance, began to pick scraps of it out of the ruin they’d made of Greece and Rome. Also, the Islamic religion has the right attitude. In the Koran, Sura II, verse 275, states, “God hath permitted trade.” The Koran orders the use of honest weights and measures, the fulfillment of contracts, and the payment of debts. And one of the sayings attributed to Muhammad makes him not just the Prophet of Allah but the prophet of Adam Smith: “Only God can fix prices.”

But something went wrong. How did the Arabs fall behind Europe, America, and now the Far East? It was probably nothing so air-filled as “the experimental model and European rational thought” or “the Protestant work ethic” or “Confucian values.” Civilizations, like people, trip over smaller things. The answer may be as boring as a real-estate title search”. (…)

Texto completo aqui

[recomendado pelo José na GL em Março de 2004]

14 comments on “O Egipto, um exemplo da cultura milenar nos países árabes. Por P.J O’Rourke”

  1. zazie says:

    ahahaha MP-S

    Olha que essa do Sísifo é danada- cada blogue, cada calhau

    “:O)))

  2. MP-S says:

    Ja’ nao sei bem se o S de MP-S e’ de Sacerdocio ou de Sisifo – bom, se calhar vai dar no mesmo… eheheh 😉

  3. zazie says:

    Mas não deixa de ser curiosa essa maneira de analisar a pertinência ou legitimidade de um guerra. Não digo de um passado, falo apenas desta guerra com c. de um mês.

    Uma escolha entre o lugar que se gostava de habitar a tempo inteiro, ainda que nas férias se pudesse escolher o outro lado menos próximo por ser mais exótico…

    Estranho… será efeito da publicidade? Tanto reclame e tanta bomba ao mesmo tempo é capaz de retirar alguma capacidade de se acreditar que uma guerra é mesmo uma coisa que acontece a sério.

    E que os bombardeamentos à bruta são mesmo bombardeamentos
    à bruta que matam quem está por baixo. E que nada disto se compara com um exército a combater outro exército no terreno…

    Pensava eu. Não sei, se calhar os jogos de computador também já alteram todos estes parâmetros.

    Até os estratégicos- tipo pergunta básica- será que com a estratégia abrutalhada a arrasar tudo vamos tirar mais dividendos? Já nem falo em paz. Apenas em lucros.

  4. zazie says:

    e beijocas. E não te preocupes que não te incluí no grunho. Talvez no ingénuo baralhado “:O)))

  5. zazie says:

    Ok, cbs,

    Desculpa se te usei como cobaia. É que sou obrigada a admitir que também tenho uma certa curiosidade por entender aquilo que as pessoas chamam ao tomar partido. E a tua resposta foi esclarecedora. A tal identidade com os que sentes mais próximos. Ok. Era mais ou menos isso que pensava que anda na mente de muita gente. A tal banda dos “nossos” da “nossa civilização” com as boas coisas que ela tem. Nada de muito diferente, se calhar, da minha empatia com desejos de gostar de ser milionária e quiçá starlet com carreira feita em Hollywood. Desde que isso também não me desse grandes problemas de consciência.
    Claro, quem não gosta de estar do lado mais saboroso e com melhores promessas hedonistas, né?

    “:O)))

    È óbvio que estou a ser cínica. A minha visão é o oposto desta. Já sabes qual é. E se ainda tens dúvidas volto a repetir. Assino por baixo tudo o que o Dragão tem escrito. É esse o meu lado, aqui na blogosfera. Tirando esse exemplo há mais 1 ou 2 que acho que já linkei. Mas o topo que traduz à letra o que sempre senti nestas ocasiões, está chapadinho no Dragão. Não tenho culpa, neste caso somos mesmo almas gémeas.
    …………

    quanto ao texto postei-o por outros motivos. Começa a ser demasiado incomodativa tanta ingonrância e desprezo pela história dos povos. Todo esse saber e curiosidade anda a ser morto pela tal cartilha da moda- o que é importante é um lugar com mc donalds, putedo, paradas gay, pornografia e democracia seja lá o que isso for.
    Fora isso é lixo. É para pressionar a mudar a bem ou a mal. Não é lugar que se recomende ao cimo da terra, nem gente civilizada como nós- a
    Aqui no nós incluis tudo, desde o grunho do Opel de centro comercial, com a chave do carro pendurada ao pescoço, ao grunho do doutor analista e comentador do regime.

  6. cbs says:

    Tens razão
    admito que não tou solto (mas nas questões de História e política não me solto lçá muito)
    admito mesmo que esta merda (a guerra) me anda a perturbar a tola (como disseste há tempos) pelas consequencias que traz, no terreno e no futuro (que apesar de gosares me cheira a esturro “armagedónico”, sim, ando com a sensação que senti após a conferencia de Munique… agora tou a brincar, lol)e que ultrapassam tudo o que as possa justificar.
    Menos uma coisa: a defesa, nisso já não sei, mas parece-me que Israel tem razão; pronto paro já com esta merda!!! lol

    esclarecimentos (desculpa lá mas tu perguntas:)
    1. tomar partido; há os Ocidentais e há os Islâmicos, e todos se desmultiplicam em vários; aquilo que me preocupa é que apesar de me sentir ligado a um lado, faço um esforço para ser isento e me afastar quando falo, até porque sei que ninguém tem a verdade nem a culpa toda.
    2. “chamar os bois pelos nomes” significa que apenas que não quero que a “isenção” vá ao ponto de não perceber de onde vem o mal, que aqui é o desejo de guerra, a vontade de eliminar o outro, e o bem, que aqui são as vozes que buscam a paz sem hipocrisias.

    Pois, a mim não me custa porque mudo de assunto quando quero, mas admito que na blogosfera (e na imprensa) esta matéria já se tornou redundantemente fedorenta…

    Prometo conter-me, mas olha que até falo pouco, nem têm que me ouvir muito…
    e sim o MP-S é uma pessoa decente e inteligente… e com muita paciencia, sim 🙂

    Bijokinhas Zaz 😉

  7. zazie says:

    e foi a pensar nisto que ontem me ocorreu que o MP-S é um personagem notório no meio deste lixo e deste histerismo.

    É um brilhante anónimo sem blogue que faz um esforço hercúleo por elevar esse lixo, deixando-lhes textos interessantes e pertinentes para lerem. E faz isto por todas as caixinhas de comentários. Um autêntico sacerdócio, sem paralelos pedagógicos em mais lado nenhum.

    Uma paciência de santo…

    “:O)))

  8. zazie says:

    quanto ao que dizes- que devíamos estudar mais e ser mais humildes e que a blogosfera está histérica é verdade.

    mas eu vou mais longe. O que penso é que a blogosfera “política” salvo raríssimas excepções que eu tenho o cuidado daqui recomendar, é lixo.

    E não é lixo por ser blogosfera.

    É lixo idêntico ao dos jornais.

    E, mais um vez, esse lixo idêntico não é por ser apenas mediático- é lixo por ser composto de lixo político-mediático-partidário.

    Nuns casos, com mais “mediático” na tónica; noutros com mais “partidário-ideológico” e noutros com verdadeiro estrume dentro das cabeças que os protagonizam.

  9. zazie says:

    mas não tenho pressa em que me esclareças já. Podes fazê-lo depois da guerra

    “:O)))

    beijocas

  10. zazie says:

    e ainda por cima quando juntas essa frase:

    “não quero tomar partidos”

    pelos vistos há muitos partidos que se podem tomar. E eu não percebo a que te referes.

    E lhe juntas que o não queres pelo facto de desejares chamar os bois pelos nomes.

    Outra que não entendo. Que bois é que precisam de ser chamados pelos nomes para que seja necessário, em contraparida, “não tomar partidos”.

  11. zazie says:

    e beijoquinhas também para ti.

    Um dia, quando estiveres menos ocupado e se por acaso te lembrares, faz-me um favor:

    explica-me certas frases que andas a repetir e que eu não percebo o que queres dizer com elas:

    Fica aqui uma para amostra:

    eu não quero tomar partido

    o que é isso de tomar,

    de querer tomar

    e o que é que estás a pensar quando falas em “partido”

    O que é que tu não queres e que tanta necessidade tens de fazer ,lembrar que não queres?

    tomar o quê? como é que se toma o quê?

    e como é que não se toma o quê?

    o que é que isso quer dizer?

    a sério. Mas isto não é para responderes já. Nem sei se alguma vez pensaste no que queres dizer com esta frase.

  12. zazie says:

    cbs,

    solta-te! o PJRourke fez um texto com enorme sentido de humor. Não queiras estragar os espantoso estilo de memórias de viagem com um seriado de manual político.

    Não é nada disso. Ele brinca com os conceitos porque está a fazer outra coisa- uma brilhante polaroide com flashback histórico!

    Não há nada de americanice, até porque a formação dele opõe-se ao status quo.

    Antes pelo contrário. Não deves ter lido tudo ou saltaste o principal.

    Digo-te mais- este é um texto que recomendo a quem é prof de o facultar aos alunos.

    Perfeitamente delicioso. Faz mais pela cultura e pela compreensão da diversidade dessas bandas que mil manuais.

    E depois, isto foi escrito em 2004 e nada tem a ver com esta porcaria histérica que começa a infestar a blogosfera.

    Isto não é nenhum texto de árabes contra judeus. Não estamos a jogar partidas de futebol.

    Era bom que também não me viesses para aqui com essa cretinice de tal modo bronca que já começo a perder a paciência.

    Ou bem que somos pessoas inteligentes e intelectualmente ineressadas, ou bem que somos broeiros que só sabem ver claques em disputa e mais nada.

    Desculpa lá o tom mas é qué já estou mesmo saturada.

    A broeirice atingiu patamares de tal ordem que só falta vê-los sair para a rua em manifs divididas- uma a pedir a guerra por uns e outra a pedir a guerra por outros.

    Merde, merde, merde!

  13. cbs says:

    Zaz
    estive a ler O’Rourke.
    para ser sincero, apesar de ser um jornalista reputado, não gosto do estilo pragmático-superficial (muito ianque) com que se atira à História.
    Eu, como já percebeste gosto de investigar, mas não estabeleço relações imediatas do estilo:”The ancient Egyptian technological innovation of note (besides the enormous triangular four-sided sepulchre stack) was papyrus paper” ou: “Writing is the enabler of bureaucracy; Bureaucracy leads to the Department of Motor Vehicles model of government”, antes de escaranfunchar bem. E as coisas nunca são tão simples assim (por exemplo “Burocracia” é invenção e termo alemão da época de Bismark)
    Por isso quase nunca tenho opiniões estabelecidas, nem depois de estudar.

    Mas tudo o que é arabe me interessa, como aliás a História e a Politica.
    De passagem, também tenho muitas reticencias a aplicar os conceitos politicos actuais, como “estado” à Antiguidade; as coisas não se passavam assim e penso que o primeiro Estado deve ter sido o Romano, segundo a definição clássica de “poder supremo interno, sem poder superior externo” porque o conceito de fronteira moderno não existia, nem Roma se via num rede de relações internacionais; não havia Estados no sentido moderno (e a definição é moderna).

    Mas interessam-me tanto os árabes como o judeus, como o próprio conflito e os sistemas politicos em jogo. Não quero, nem tomar partidos, nem quero ser deixar de chamar nomes aos bois.
    Acho, e concordo contigo, é que (em especial na blogosfera) deviamos ler e aprender mais, e discutir menos e mais humildemente.
    Mas como sabemos a blogosfera é como a imprensa, tende á histeria e ao exagero (tou-me a lembrar do Armagedão 🙂

    bijokinhas

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