elipses ideológicas
A declaração:“eu cá sou republicano” significa que alguém está a querer dizer que é ateu e jacobino, ainda que o móbil de tais pergaminhos já tenha passado à história.
Por sinédoque mais abrangente, basta-me afirmar que não gosto de republicanos e nem preciso de ser monárquica.
9 comments on “elipses ideológicas”
Comments are closed.
É verdade ò Antónimo. No outro dia deitei água na fervura só para ser simpática. Mas o que este post visava é bem claro.
Podia ter linkado uma série de artigos de opinião que o demonstram. A ideologia republicana é isso- por cá- essa herança jacobina, “revolucionária” e anti-clerical que vem da Primeira República.
Se tens dúvidas vê aqui como até os historiadores propagandistas lhe disputam a mensagem.
Eu e o musaranho não andamos a dormir, pá!
“:O))))
ehehe
e que tal um duchaise?
“:O)))
(E eu a pensar num “republicano” de chocolate, para a o chá da Cocanha…)
A mim parece-me que a isso tudo é que eu já tinha respondido. Atiraste os foguetes, fizeste a festa e apanhaste as canas… mas tudo o que tinhas era a parte pelo todo…
Mas este republicano gosta de ti à mesma.
Beijocas.
Então, pá, tem calma!
Tu pensas que a minha vida é explicar sinédoques a Antónimos?
“:O)))
Não tem grande coisa para explicar, a não ser que os exemplos que tu escolheste funcionam ao contrário. No caso do Processo da Casa Pia, a minha crítica prendeu-se com quem dá mais importância ao lado ideológico dos implicados que aos factos.
Neste passa-se o contrário. Brinquei com o uso da linguagem com fins ideológicos. Não está em causa a defesa teórica de um sistema republicano ou monárquico.
Está em causa o uso da etiqueta “sou republicano e laico”, como uma herança jacobina de pergaminhos bem ideológicos e que são obsoletos porque são republicanos e nem têm alternativa de serem outra coisa- é assim, vivemos numa República há muito tempo e a Constituição até impede que haja monarquia.
Dizerem que são republicanos, só não é tautologia como um negro dizer que é negro e um branco dizer que é branco, por que se sustenta em outras coisas para além do facto comprovado.
Do mesmo modo, a famosa ética republicana é também um prolongamento desses pergaminhos jacobinos. Por acaso totalmente caricaturais, dado que a falta de ética até teve seu momento alto na 1º República.
Todos estes termos têm história e só se entendem se passarmos a superfície e seguirmos essas trajectórias ideológicas. Neste caso, sim, faz todo o sentido equacionar-se o fundo ideológico.
Por acaso até estava a dizer isso mesmo no Misantropo.
Os brasileiros chamam-lhe ética pública e ouvidoria da Fazenda. Termos mais giros e mais adequados. Notando-se também na Ouvidoria o prolongamento da semântica monárquica dos “ouvidores” do reino.
Gosto de seguir estas tretas. Já o tinha feito a propósito da Convenção do BE. Os tipos não têm congressos. Têm Convenção- a do Terror da Revolução Francesa- com delegados girondinos e montanhistas, possivelmente.
As palavras e a escolha dos termos nunca é neutra.
Bastava dar uma volta pelos jornais e blogues para se ver o querem dizer os que puxam dos galões de algo perfeitamente assente e inamovível quando dizem “eu cá sou republicano”.
E eu acrescentei que, para topar esta treta, nem preciso de ser monárquica. E nem o sou. Pelo mesmo motivo- são coisas que não falam da praxis mas de desejos ou gostos ou desgostos bem mais complexos.
No caso dos monárquicos, até pode fazer sentido dizer-se que ainda têm causa a defender. Quanto mais não seja por lhes estar impedida numa democracia poderem mudar a configuração da soberania.
Já os republicanos (e aqui apenas incluo o tal itálico dos que trazem isso como pergaminho ideológico) não há avaria nenhuma- é o destino. Mesmo que não fossem, eram.
“;O)))))
Então, pá? Explica lá…
Que estavas em sinédoque já tinhas confessado… mas o que é que tem o itálico? Essa não estou mesmo a perceber (é a GNR? Algum tipo de pastel, tipo “brigadeiro”?…). Explica, se fazes favor. Completa-me a muito deficitária educação – e digo-o sem ironias, nem itálicos.
ahahahaha
caiste que nem um patinho. O post foi mesmo para caitem que nem patos.
Não topaste que eu coloque em itálico os “republicanos”? não topaste que face a essa semântica escondida eu até nem precisava de lhe comtrapor o “sou monárquica?
ahahaha
o gozo do post é maior e com cabecinha esquemática passam-lhe ao lado
As limitações ideológicas do costume: como me dizias a mim num outro sítio que não interessa, “a preocupação com a ideologia! Essa sim, é a vaca sagrada”. Limitar o republicanismo a um dos modelos revolucionários franceses… é como limitar a esquerda ao socialismo, o socialismo à via revolucionária, o socialismo revolucionário à URSS e a URSS ao Estaline… espera lá… é isso mesmo que tu fazes. Esquece.
Espero que tenhas tido um bom cinco do dez – e venhas a ter um bom fim-de-semana.
Antónimo.