Gaffe de fim de tarde
Estava toda atenciosa a palrar francês com uns turistas que procuravam um restaurante típico em Alfama, quando me lembro de pedir ajuda a uma mulherona da zona que ia a passar. E saiu-me esta pergunta da boca:— desculpe, fala português?
A mulher estacou, fitou-me com olhar perplexo e retorquiu: — mas o que é que queria que eu falasse?
O fiasco ainda se agravou com o espanto dos franciús, quando tentei disfarçar, acrescentando um sotaque camone às poucas palavras que lá consegui balbuciar.
A mulher estacou, fitou-me com olhar perplexo e retorquiu: — mas o que é que queria que eu falasse?
O fiasco ainda se agravou com o espanto dos franciús, quando tentei disfarçar, acrescentando um sotaque camone às poucas palavras que lá consegui balbuciar.
8 comments on “Gaffe de fim de tarde”
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É o que o pacheco Pereira chamaria de ‘solidão das culturas’.
ahahaha Paulo, que cena maluca. É estranho como ocorrem estes saltos ilógicos.
………….
metropolis: se calhar foi o sotaque…
O meu único encontro com os gregos foi traumático. Também em Berlim, na Freie Universität, decidi meter conversa com uma colega grega. Perguntei-lhe qualquer coisa que já não me lembro e a rapariga responde-me numa língua ininteligível. Digo-lhe então, com bons modos, que não consigo perceber nada do que ela diz e se não se importaria de falar em alemão. Responde-me ela, exasperada, que já estava a falar alemão!
Deixa estar Zazie, uma vez estava eu numa livraria, apareceu-me um brasileiro, pensando que eu lá trabalhava, perguntando na língua comum e acento próprio se tinha livros sobre as Descobertas; e eu, num desses momentos quânticos, a indicar-lhe, em inglês, o dono da loja.
Ainda hoje não percebo o que me passou pela cabeça. Só se estava a folhear um livro na língua do velho William, mas disso já não me lembro.
No Teu caso, porém, há desculpa – os Sábios são distraídos.
Beijocas.
ahahahahaha que coisa mais anormalzinha, Xantipa “:O)))))
eu nem sei como é que consegui chegar a casa com os ataques de riso. Tive de pegar no telemóvel para não parecer tão anormal
Aconteceu-me o mesmo ma Grécia. Cansada de dizer «de milao eliniká» (não falo grego), aprendi, contente, a perguntar «milate angliká?» (fala inglês?), variando as línguas (galiká – francês, italiká – italiano, etc). E resolvi pôr o meu conhecimento no meu mini-mercado do costume. E perguntei: «milate eliniká?» (fala grego?), convencida que estava a perguntar se falavam inglês!
Respondiam em grego, acho que a insultarem-me… e eu sem preceber o erro, insistia! Até que uma senhora teve pena de mim e deu-me, em inglês!, a mesma resposta que a sua transeunte…
Resultado: depois da risota de que fui vítima pensei em nunca mais voltar… mas optei por aprender um bocadinho mais grego…
🙂
lol
Em Berlim, sou eu a vítima das gaffes dos locais. Vá lá saber-se porquê, acham que sou italiano e saúdam-me muitas vezes com um entusiástico ‘Ciao’. Quando esclareço que sou portuga, reagem com um ‘ah!’ de espanto (ainda não percebi se isto é bom ou mau, mas pronto).
Adorava ter assistido à cena. Se só com a descrição me estou a rir doidamente…