malandro, violaste-me! ou, como diria Wittgenstein, nem tudo que parece, é


«Chamando à colação uma obra que foi para nós, noutro tempo, objecto de interessado estudo, o “Tratado Lógico-Filosófico” de Ludwig Wittegenstein, aí se respiga o seguinte: “A proposição é a descrição de um estado de coisas. Tal como a descrição de um objecto é feito segundo as suas características externas, assim a proposição descreve a realidade segundo as suas propriedades internas. A proposição constrói um mundo com a ajuda de um andaime lógico, e por isso se pode também ver na proposição, como tudo se relaciona logicamente se ela é verdadeira. É possível tirar inferências de uma proposição falsa”. (sublinhados nossos) (…) “A imagem representa o que representa, independentemente da sua verdade ou falsidade. A concordância ou não concordância do seu sentido com a realidade, constitui a sua verdade ou falsidade.”»

Foi nestes pomposos termos que uma magnífica da Relação quis recordar o senso comum, a propósito da violação do psiquiatra à grávida.

Faltou pesquisar melhor o Tractatus Logicus Filosoficus e encontrar lá explicação para um facto ainda mais cientóino: o psiquiatra, muito antes de ser um psiquiatra-violador, já era um bom terapeuta em técnicas avançadas de tratamento de perturbações psicóticas: utilizava a moderna “técnica suiça” e ninguém se queixava.

E essa técnica, como até confirmou outra médica à desconfiada mãe da paciente queixosa a posteriori, é mesmo assim- masturbam-se as doentes para relaxar.

Neste caso, a técnica custava 164 euros por semana, livre de recibos porque no T1 da casa do terapeuta nem espaço havia para funcionários, quanto mais detalhes de burocracia.

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O José do Portadaloja vai fazer post acerca da macacada, pelo que se aconselha ir-se lá ver o que sai. Há-de sair da boa, que para os jornaleiros nem vale a pena ler acórdãos. Basta-lhes acirrar as matilhas acéfalas.

7 comments on “malandro, violaste-me! ou, como diria Wittgenstein, nem tudo que parece, é”

  1. zazie says:

    Pois, portanto há-de ser assim, lá acham que é tudo seu. e hão-de ficar tanto mais birrentos quanto menos conseguem dar em troca.

  2. CCz says:

    Tem razão!!!!!!
    .
    Não era psiquiatria, era a psicanálise do Freud.
    .
    Parece que o tipo do FMI também queria usar esse método: http://www.lepost.fr/article/2011/05/15/2495669_je-regrette-d-avoir-dissuade-ma-fille-de-porter-plainte-contre-dsk.html

  3. zazie says:

    Eu digo isto por experiência próxima. Mas também só conheço um psiquiatra que recomendaria.

    Estes problemas tendem a ser hereditários e os psicos metem-se a querer desmontar tudo e depois ainda pode ser pior.

    Um psiquiatra tem de saber fazer diagnósticos e depois remenda. Não faz mais que isso. Remenda com químicos em função do problema.

    Mas este tinha o método suíço e lá se remediava no T1 com ele.

    “:O)))))))

  4. zazie says:

    ehehe

    A psiquiatria, não. A psicanálise e os psicos, sim.

    Porque um psiquiatra tem de ser médico e nem tem necessariamente de se armar em psico com cenas de ler a alminha.

    E existem problemas que se traduzem por alterações químicas e há remédios que resolvem esses surtos.

    Agora este caso nada tem a ver com isso.

  5. CCz says:

    Mas zazie,

    Não será quase toda a psiquiatria cientoinice como costuma dizer?

  6. zazie says:

    ehehhe

    Pois não só são, como até parece mal duvidar-se.

    Em lendo o acórdão vai ver como a mãe da rapariga, que é enfermeira, quis tirar dúvidas com uma médica.

    E a maluca da médica tranquilizou-a e explicou que é mesmo assim- uma nova técnica suíça.

    Mesmo um “alfinete de peito” em se chamando “técnica suíça” pode deixar na dúvida quem não domine a linguagem médica.

    ehehehehe

    Beijocas, Paulo

  7. Querida Zaz,

    deixemos de lado a técnica, que esta pareceria quando muito “grande medicina”, à maneira dos Índios, conceito que incluía por vezes ritos sexuais.
    Fiquemos pela Semântica: agora os que fazem destas a troco de “guita” são chamados p…siquiatras, é?

    Beijoca

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