É isto! É isto mesmo! Morramos todos por isto!

Digo-vos, homens de bem, vencidos da vida, escorraçados, explorados, eternamente transpirados, previno-vos: quando os grandes deste mundo resolvem a amar-vos é porque decidiram transformar-vos em carne para canhão…É o sinal…infalível. É por amizade que a coisa começa. Luís XV era a mesma coisa. Estava-se cagando. Não se vivia bem nesse tempo, é certo, os pobres nunca chegaram a vencer, mas não se manifestava, ao estripá-los, a teimosia e a obstinação que se encontra nos tiranos dos nossos dias. Não existe repouso (é o que eu lhe digo) para os pequenos, a não ser através do desprezo dos grandes que não podem pensar no povo senão por interesse ou sadismo… Foram os filósofos, repare ainda enquanto aqui estamos, que começaram por contar histórias ao povo… a ele que não conhecia nada além do catecismo! Empenharam-se, proclamaram eles, em educá-lo… Ah! que verdades tinham a revelar-lhes! das boas! e das fresquinhas! que brilhavam! de se ficar embasbacado! É isto!-começou a dizer o povo- é isto mesmo! É precisamente isto!- Morramos todos por isto! Nunca quer outra coisa senão morrer, o povo! Assim mesmo. «Viva Diderot!»—berraram eles e depois: «Bravo Voltaire!» Ao menos eram filósofos! E viva também Carnot que organiza tão bem as vitórias! E viva toda a gente! Estes ao menos eram gajos que não deixavam o povo rebentar na ignorância e no feiticismo! Mostraram-lhe o caminho da liberdade! Emanciparam-no! Mas não resultou. É preciso que todos saibam primeiro ler os jornais! É a salvação, caramba e com rapidez! Nem mais um analfabeto! Tem de ser! Apenas soldados-cidadãos, que votem, que leiam e que se batam! E que marchem! E que atirem beijos! Sob esse regime o povo acabou por amadurecer. O entusiasmo de ter sido libertado não serviria afinal para alguma coisa? Se Danton era eloquente, não o seria para pregar aos peixes. E assim, com alguns berros tão sentidos que ainda hoje se ouvem, conseguiu do pé para a mão mobilizar o povo! Foi o ponto de partida para os batalhões de emancipação exaltada! Para os primeiros pobres diabos votantes e bandeirófilos que levariam Dumouriez a fazer-se esburacar na Flandres.

Louis-Ferdinand Céline, Voyage au bout de la nuit

39 comments on “É isto! É isto mesmo! Morramos todos por isto!”

  1. zazie says:

    Toma lá a matriz de Freixo de Espada à Cinta e consulta o Boletim da DGEMN de 1952 que até lhe publicou os estudos e restauros

    http://www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_B1.aspx

    Igreja Matriz de Freixo de Espada-à-Cinta / Igreja de São Miguel

    IPA
    Monumento

    Nº IPA
    PT010404020001

    Designação
    Igreja Matriz de Freixo de Espada-à-Cinta / Igreja de São Miguel

    Localização
    Bragança, Freixo de Espada-à-Cinta, Freixo de Espada-à-Cinta

    Acesso
    Pç. Jorge Álvares

    Protecção
    MN, Dec. 16-06-1910, DG 136 de 23 Junho 1910, ZEP, DG 19 de 23 Janeiro 1953

    Enquadramento
    Urbano, isolado, implantação harmónica. O templo está inserido no centro quinhentista da vila. Tem a NE o cemitério e a Torre Heptagonal, à sua frente a Igreja da Misericórdia e a Rua das Eiras de belas casas quinhentistas bem como os antigos Paços.

    Descrição
    Planta composta por três naves rectangulares, capela-mor, dois absidíolos e sacristia. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de 2 águas. O alçado principal, terminado em empena e formado por três panos, separados por contrafortes, apresenta porta de grande arco abatido com moldura ornamentada, encimado por arco decorativo trilobado ostentando no centro o remate de uma espécie de arco canupial. Estes arcos vão-se embeber em duas pilastras laterais adossadas. O conjunto encimado por dois óculos, é sobrepujado por um janelão de arco pleno, que se repete nos panos laterais. Contrafortes de ângulo encimados por gárgula e pequena pirâmide. O alçado S., construído em aparelho regular, apresenta pequenas janelas de arco pleno do segundo ao quinto tramo e, no terceiro tramo, portal lateral. Duas colunas torsas suportam arco abatido que ostenta alguns cogulhos vegetalistas. No último tramo arranca a sacristia iluminada por duas janelas de arco pleno. O alçado lateral N. é semelhante ao do lado S. com excepção da decoração vegetalista do portal; o absidíolo mostra arco pleno entaipado. O alçado posterior apresenta ábside e absidíolos de menor altura sendo iluminados cada um por sua janela. O interior com as três naves à mesma altura, de cinco tramos. Pavimento lajeado e cobertura em abóbada de nervuras. Destaca-se a presença de coro-alto no primeiro tramo e de púlpito em ferro forjado entre o terceiro e o quarto. O portal lateral N. necessita de escada para compensar o desnível existente. O absidíolo S. dá acesso à sacristia através de porta setecentista encimado por escudo nacional policromado. O outro absidíolo encerra monumento funerário em arcossólio. Tanto a ábside como os absidíolos ostentam ricos retábulos de talha dourada que se enquadram perfeitamente com as pinturas quinhentistas ainda existentes.

    Descrição Complementar
    Não definido

    Utilização Inicial
    Cultual

    Utilização Actual
    Cultual. Igreja com culto

    Propriedade
    Pública: estatal

    Afectação
    IPPAR, DL 106F/92, de 01 Junho

    Época Construção
    Séc. 16

    Arquitecto | Construtor | Autor
    PINTOR: Vasco Fernandes.

    Cronologia
    1122 – Foral concedido por Afonso Henriques; 1258 – Inquirições de D. Afonso III; 1273 – Concedido foral por D. Dinis; 1432 – era uma das povoações do arcebispado de Braga que pagava renda mais elevada, cerca de 270 reais; 1512 – D. Manuel outorga foral; séc. 16 – construção; 1520 – 1535 – pintura do retábulo composto por 16 painéis por Vasco Fernandes; séc. 18 – colocação de altares de talha; 2002 – a Câmara Municipal enviou um relatório ao IPPAR sobre o estado de degradação do imóvel, solicitando obras urgentes; 2004 – colocação dos andaimes e apeamento e acondicionamento das pinturas, para posterior restauro.

    Tipologia
    Arquitectura religiosa, manuelina. Igreja salão manuelina, com três naves à mesma altura cobertas por abóbada de nervuras, e cabeceira tripla escalonada. Alçados contraportados.

    Características Particulares
    Contrafortes diagonais nos cunhais, do tipo da Igreja de Santa Maria de Belém ( Lisboa ) e da Matriz de Arronches. Retábulos de talha dourada, sendo o mor de estilo nacional.

    Dados Técnicos
    Estrutura mista.

    Materiais
    Granito, argamassa, madeira, barro, cimento e talha.

    Bibliografia
    PIMENTEL, Valentim Varejão, Descrição de Freixo de Espada-à-Cinta, 1721; CORDEIRO, Padre Lourenço Feijó, Descrição de Freixo de Espada-à-Cinta, 1758; DGEMN, Boletim nº 70, Lisboa, 1952; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; DIAS, Pedro, História da Arte em Portugal. O Manuelino, vol. 5, Lisboa, 1986; GIL, Júlio, As Mais Belas Igrejas de Portugal, vol. I, 1988; ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Porto, 1988; PINTADO, Francisco António, A Igreja Matriz de Freixo de Espada-à-Cinta – Notas para o seu estudo, Freixo de Espada-à-Cinta, (a publicar); ALVES, Alexandre, Artistas e Artífices nas Dioceses de Lamego e Viseu, vol. I, Viseu, 2001, p. 320; IPPAR reúne com autarcas, in Mensageiro de Bragança, 11 Maio 2006.

    Documentação Gráfica
    DGEMN: DSID

    Documentação Fotográfica
    DGEMN: DSID

    Documentação Administrativa
    DGEMN: DSID

    Intervenção Realizada
    DGEMN: 1938 / 1939 – restauros; 1950 – arranjo do coro, consolidação de cunhal e contraforte do lado S. e conclusão de escada de acesso ao coro; 1952 – reparação de dois altares dos absidíolos e do sacrário e banqueta do altar-mor; 1953 – restauro do órgão; 1954 – transporte, montagem e afinação do órgão; 1955 – restauro de pinturas da capela-mor e instalação de som; 1956 – obras de menor envergadura, pelos Serviços dos Monumentos Nacionais; 1958 / 1969 – lajeamento do adro; 1973 – conservação em zonas interiores e revisão de coberturas; 1978 – trabalhos de conservação; 1979 – reparação de vitrais; 1980 – reparação da instalação eléctrica e conservação das pedras nos portais principal e laterais.

    Observações
    A CM Freixo de Espada à Cinta pretende criar um roteiro cultural que inclui a Igreja, o Pelourinho, a Torre do Galo, o Centro de Artesanato e a Casa Junqueiro.

    Autor e Data
    Ernesto Jana 1994

    Actualização
    Não definido

    ……………..

    Queres passar mais vergonhas públicas? Faz lá os postinho no blogue e conta onde está tudo errado. Força, Fico à espera.

  2. zazie says:

    Ò meu burrinho, toma lá a ficha da DGEMN com o mosteiro de São Fins de Friestas. Fazes agora o favor de ir lá para o teu blogue, fazer um post a mostrar que isto é tudo mentira e está tudo errado.

    http://www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_B1.aspx

    IPA
    Monumento

    Nº IPA
    PT011608100002

    Designação
    Igreja de São Fins de Friestas

    Localização
    Viana do Castelo, Valença, Sanfins

    Acesso
    EN. 101 de Valença – Monção, Km 8 ou de Monção – Valença, Km 11; virar à direita nas placas que indicam Boivão e Gondomil; novo desvio à direita, onde existe placa indicando Sanfins

    Protecção
    MN, Dec. 16-06-1910, DG 136 de 23 Junho 1910 e Dec. nº 14 425, DG 228 de 15 Outubro 1927 *1

    Enquadramento
    Rural, isolado. Ergue-se a 200 m. de altitude, no cimo de um monte, envolto pelo resto da antiga mata de carvalhos do antigo mosteiro e tendo fronteiro monte despido onde se dedicam à pastorícia e caça.

    Descrição
    Planta longitudinal composta de nave única e cabeceira de 2 tramos, o primeiro rectangular e da mesma largura e o segundo semicircular. Volumes articulados com coberturas escalonadas cobertas por telhados de duas águas. Fachada principal orientada, terminada em empena com cornija enxaquetada e em laçaria; portal arco pleno formado por três arquivoltas, a primeira enxaquetada e a segunda percorrida por veio, sobre pés-direitos ou dupla coluna, de capitéis vegetalistas; tímpano gravado com serpente e ornatos geométricos sobre imposta quadrangular. Encima-o duas frestas sobrepostas. Fachadas laterais com contraforte, percorridas por cornija enxaquetada sobre cachorros zoomórficos, geométricos e vegetalistas, rasgadas por dois níveis de frestas desencontradas e por portais de arco pleno, de duas arquivoltas, assentado o do lado N. sobre pés-direitos e coluna com capitel vegetalista; possuem tímpanos lisos sobre impostas zoomórficas. A cabeceira é percorrida por cornija enxaquetada sobre cachorros esculpidos e tem o primeiro tramo contrafortado e fresta abrindo para fora, com duas arquivoltas, a exterior enxaquetada, sobre impostas decoradas e colunas de capitéis vegetalistas; o segundo tramo é ritmado por colunas com grandes capitéis vegetalistas e, ao centro, abre-se fresta semelhante às anteriores. INTERIOR vazio, com frestas a abrirem para o interior, a inferior do frontíspício com arco pleno enxaquetado sobre imposta. Tecto da nave em madeira. Arco triunfal pleno sobre colunas com capitéis esculpidos encimado por fresta. Capela-mor percorrida, sensivelmente a meio, por friso enxaquetado e coberta por abóbada de berço no primeiro tramo e em concha no segundo. No topo, abre-se fresta sobre impostas esculpidas. Do antigo mosteiro subsistem ainda muitos elementos, mas todos eles em ruínas. É o caso do longo muro da cerca que a S. da igreja cria pátio, aberto por portal de arco pleno, e sobre o qual ali corria, a grande altura, um aqueduto com canais a céu aberto que, desde o monte, trazia água para abastecer o mosteiro. As dependências monacais ainda existentes têm planta em L, organizadas a E., a N., fachadas de dois pisos, tendo no primeiro arcadas lavradas e no segundo janelas rectangulares, e uma outra ala a O., num nível inferior à igreja, com interior abobadado. No cunhal da intersecção da arcada do claustro para a escada do terreiro, encontra-se reaproveitado silhar que parece ter vestígios da cavidade onde engatava o forcps e uma inscrição latina. Numa das faces viradas a N. tem uma escultura tosca de um mamífero e na outra a de um bovino com a inscrição esculpida “BOVE”. No pátio existe também pequena fonte e caleira sobre toscos pilares que conduzia a água ao moinho.

    Descrição Complementar
    Não definido

    Utilização Inicial
    Cultual e devocional: mosteiro beneditino

    Utilização Actual
    Devoluto: Igreja sem culto

    Propriedade
    Pública: estatal (igreja) / Municipal (Mosteiro e cerca)

    Afectação
    Sem afectação

    Época Construção
    Séc. 12 / 13 (conjectural) / 16 / 18

    Arquitecto | Construtor | Autor
    Desconhecido.

    Cronologia
    604 – Já havia sido fundado o mosteiro, segundo sentença datada de 813 que Frei João do Apocalipse achou no cartório de Ganfei; séc. 11, 1º quartel – contado entre os mais ricos e populares do reino de D. Afonso V de Leão; 1134 – carta de couto de D. Afonso Henriques, cujo território abrangia as actuais freguesias de Sanfins, Friestas, Gondomil, Taião e Verdoejo; segundo a carta de couto, o abade do Mosteiro tinha direito a receber anualmente o primeiro veado, javali ou corça e o salmão salmão do Rio Minho, apanhados na área do couto; *3 – Subsistem ainda muitos elementos do antigo mosteiro, mas todos eles em ruínas; 1172 – D. Afonso I coutou o mosteiro e a freguesia, dando o couto aos frades; os abades eram senhores do couto no espiritual e temporal, mas a justiça de Coura aqui vinha fazer audiências 15 em 15 dias; 1221 – doação testamentária de D. Afonso II; data gravada em silhar fotografado em 1988; 1242 – transacção com Bispo de Tuy por causa das suas igrejas anexas, que eram São Mamede, Gondomil, Taião e Verdoejo; 1258 – segundo Inquirições, os moradores de Sanfins não eram obrigados a ir à guerra, a não ser se o rei estivesse presente; 1320 – foi taxado em 1.100 libras; 1363 – D. Pedro confirma-lhe privilégios; séc. 14 / 15 – D. João I amplia-lhe privilégios; a administração do mosteiro passou para o poder de comendatários, que com as suas extorsões levaram à redução da comunidade religiosa; 1542 – D. João III conseguiu que seu filho, o Infante D. Duarte, fosse nomeado comendatário do mosteiro; 1545 – D. João III deu o couto ao mosteiro, com as igrejas de que era padroeiro aos frades da Companhia de Jesus, para fundarem e construirem o seu Colégio de Coimbra; as rendas do mosteiro passaram para o Colégio de Coimbra, ficando no mosteiro apenas a congrua para um superior e dois ou três religiosos que então ali habitavam ordinariamente; 1546 – avaliado em 1800.000 rs com as suas igrejas anexas; 1548 – Bula do Papa Paulo III autoriza anexação; data gravada em silhar assinalando grande campanha de obras; 1554 – Companhia de Jesus toma posse, ficando a sustentar um cura no mosteiro e procedendo a algumas obras, tornando o edifício em sua residência; séc. 16 – época provável de um silhar siglado com “Pº” nas dependências monacais; 1682, Julho – colocação de três novos marcos nos limites da freguesia de Ganfei, que dividia o termo da vila de Valença, pelos Padres da Companhia e couto de Sanfins; 1759 – com extinção da Companhia, pelo Marquês de Pombal, o convento transita para posse de particulares e a igreja passa a servir de paroquial; desde que o culto foi transferido para a capela da Senhora dos Remédios, ficou abandonada; 1780 – data gravada na porta; 1873 – segundo Pinho Leal, havia junto ao antigo convento uma torre que era usada por vezes como prisão para pessoas nobres; 1921, Dezembro – melhoramentos na quinta do convento; 1931, Setembro – decide-se restaurar a igreja, então ao abandono; 1933, Abril – o Ministro da Instrução assinou portaria concedendo 10 mil escudos para as obras na igreja do Convento; 1934 – atribuição de subsídio de 10 contos para o restauro do mosteiro; Dezembro – concessão de 15 contos para continuação dos trabalhos de restauro do mosteiro; 1935, Setembro – atribuição de mais 9 mil escudos para conclusão das obras no convento; 1937, Maio – comunicação do MOP autorizando o dispêndio de mais 10 mil escudos nas obras; 1938, até – a igreja funcionou como Paroquial; 1941, Abril – a Câmara recebeu de Júlio de Lemos, de Viana do Castelo, um manuscrito contendo as cartas régias relativas ao couto de Sanfins; 1942, Abril – subsídio do M.O.P. e Fundo de Melhoramentos Rurais para a conclusão do restauro da Igreja; 1995 – assinatura de protocolo entre a Região de Turismo do Alto Minho, a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, a Direcção-Geral do Património e o Fundo de Turismo para recuperação, beneficiação e criação de um itenerário de visitas integradas das igrejas românicas da bacia do Alto Minho; 1998, final – lançamento público do Itenerário Românico da Ribeira Minho; 2006 – estudo de um projecto de remodelação do edifício e adaptação a um projecto turístico, com o apoio de técnicos das Universidades do Minho e do Porto.

    Tipologia
    Arquitectura religiosa, românica e setecentista. Igreja conventual de planta composta por uma nave e cabeceira contrafortada, de dois tramos, o primeiro da mesma largura e o segundo semicircular, formando três volumes escalonados, da primeira fase do Românico Português, que adapta cabeceira redonda e capitéis com volutas e decoração vegetal; de entre esta, insere-se, mais particularmente, na primeira fase do foco românico do Alto Minho. Dependências monacais de estrutura e fenestração setecentista.

    Características Particulares
    Incluída no Itinerário do Românico da Ribeira Minho. Igreja com nave estreita, quase com a mesma largura da capela-mor, e de grande altura, adoptando dois níveis de frestas para solucionar o problema da iluminação. Segundo Carlos Ferreira de Almeida, a dimensão da nave, pequena em relação à cabeceira, deverá apontar para a sua construção em data posterior. Dessa segunda fase, ou até mesmo de uma terceira, deverá datar, segundo o mesmo autor, a galilé, cuja existência explicava a relativa pobreza e a pouca profundidade do portal principal da igreja; A exuberância da sua decoração arquitectónica, com grande quantidade de cachorros, capitéis e mísulas de volumosa escultura animalesca e vegetal, faz desta igreja um dos exemplos mais importantes do Românico em Portugal, segundo os padrões da Escola da Sé de Tuy que o Alto Minho nos fins do séc. 12 e inícios do sec. 13 ainda adaptava. Destacamos a frequência com que o motivo do boi de raça galega aparece, existindo mesmo no interior um capitel com cabeça de novilho. O tímpano do portal axial gravado com serpente e banda de ornatos geométricos – como surge em Rubiães (v. PT011605200002) e na igreja da Comenda de Távora (v. PT011601370009) – tem carácter apotropaico, tal como as impostas zoomórficas dos laterais. A ábside, com um tramo rectangular e outro em semicírculo, representa já uma evolução sobre o de Ganfei (v. PT011608080006). As dependências monacais, actualmente de planta em L, dada a demolição de outro corpo que as interligava à igreja, contêm silhares siglados de três tipos, uma delas medieval, e outra em C deitada, cuja posição poderá indiciar uma reconstrução do edifício.

    Dados Técnicos
    Paredes autoportantes na nave e estrutura mista na capela-mor.

    Materiais
    Cantaria granítica aparelhada. Pavimento de lajes e cobertura exterior de telha.

    Bibliografia
    VIEIRA, José Augusto, O Minho Pittoresco, vol. 1, Lisboa, 1886; DGEMN, A Igreja de S. Fins de Friestas, Boletim nº 11, s.l., 1938; MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, DGEMN, Obras em Monumentos Nacionais – Congresso Internacional de História da Arte, s.l., 1949; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Arquitectura Românica de Entre Douro e Minho (Dissertação de Doutoramento em História de Arte), vol. 2, Porto, 1978; OLIVEIRA, A. Lopes de, Valença do Minho, Póvoa de Varzim, 1981; COSTA, Avelino de Jesus da, A comarca eclesiástica de Valença do Minho, Porto, 1981; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, O Românico in História da Arte em Portugal, vol. 3, Lisboa, 1986; idem, Alto Minho, Lisboa, 1987; ALVES, Lourenço, Arquitectura Religiosa do Alto Minho, Viana do Castelo, 1987; ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Porto, 1988; ABREU, (cord.) Alberto Antunes de, 1987 – 88 – Dois anos de pesquisa em arqueologia medieval e moderna, in Cadernos Vianenses, nº 14, Viana do Castelo, 1990, p. 121 – 182; ROCHA, J. Marques, Valença, Valença, Porto, 1991; NEVES, Manuel Augusto A. Pinto Valença na História e na Lenda, Braga, 1990; MORAIS, Faria de, Convento de Sanfins vai ser recuperado, Jornal de Notícias, 7 Setembro 1997, p. 35; NEVES, Manuel Augusto Pinto, Valença – Das origens aos nossos dias, Valença, 1997; SAMPAIO, Francisco ( coord. ), Românico da Ribeira Minho, Porto, 1999; NEVES, Augusto Pinto, Valença entre a História e o Sonho, Valença, 2003; VIEIRA, Carla Alexandra, Valença – Monumento Nacional está a cair aos pedaços há anos, in Jornal de Notícias – Minho, 25 Junho 2006; Autarquia investe 2,5 milhões para recuperar convento beneditino, in Correio do Minho, 27 Junho 2006.

    Documentação Gráfica
    DGEMN: DSID, DREMN

    Documentação Fotográfica
    DGEMN: DSID, DREMN

    Documentação Administrativa
    DGEMN: DSID, DREMN; IAN/TT: Casa do Infantado – Comarca de Valença, Mç. 1109

    Intervenção Realizada
    DGEMN: Anos 30 – obras de restauro; apeamento e reconstrução completa dos telhados; demolição do campanário; apeação e demolição de construções anexas; demolição de galilé, que funcionara como capela mortuária; apeamento do coro; alargamento do adro; desentaipamento e reconstituição do portal S.; reconstrução da parede de ábside a S.; restauro das frestas; rebaixamento do chão e seu lajeamento; construção do altar; raspagem de rebocos e lavagem de cantarias exteriores e interiores; reconstrução das escadas de acesso ao frontispício; reconstrução e modificação da casa que será a sacristia; reconstrução e consolidação do cunhal S.; colocação de impostas no portal principal e no portal S.; colocação de pia baptismal e de vidros nas frestas; 1959 – obras de reparação do telhado; 1976 – reparação do telhado e beneficiação; 1977 – reparação de portas e vitrais; F.A.O.J. – instalação de um Campo de Trabalho de Férias Internacional para limpeza da vegetação que cobria o imóvel, por uma equipe de jovens portugueses e franceses; DGEMN: 1988 – telhados, caixilharias, vitrais, pintura e instalação eléctrica; 1990 – reconstrução da capela-mor e absidíolos e ramal de alimentação; 1998 – beneficiação do caminho de acesso.

    Observações
    *1 – O Decreto de 1910 classificava apenas como Monumento Nacional trechos da Igreja de São Fins, passando a classificação a abranger todo o imóvel só em 1927, pelo Decreto nº 14 425. *2 – No âmbito do projecto da Rota do Românico da Ribeira Minho, estão previstas obras de beneficiação da igreja e mosteiro de São Fins de Friestas em três fases: acessos; arranjo dos claustros, aqueduto e limpeza; e reabilitação do convento. *3 – Aqui viveu algum tempo São Francisco de Borja (1510 – 1572), terceiro geral da Companhia de Jesus.

    Autor e Data
    Paula Noé 1992

    Actualização
    Paula Noé 2003

  3. zazie says:

    Quem é que foi destruindo, queimando, roubando todos os mosteiros, meu idiota? Porque é que até existe a lenda que só escaparam os arquivos do Lorvão por causa da nebelina?

    Isto com todos os “libertadores” em nome da razão e do progresso.

    Quantos cadeirais medievais existem? quantos?
    és capaz de responder. E até te dou um avanço- deixo-te entrar no reinado de D. Manuel e D. João III. O que lhes aconteceu? Quantos restam?
    o que aconteceu aos espantoso cadeiral de Alcobaça? e ao da Batalha? e ao de Tomar? e ao de S. Francisco de Évora? Quem queimou primeiro, por puro gozo, e quem ainda espatifou e perdeu o que sobrou daí? Que fizeram os animais dos liberais e mais os jacobinos da República ao infinito espólio depois de correrem com as ordens religiosas?

  4. zazie says:

    já agora, olha lá, ó maluco. Quem é que destruiu o mosteiro de Sanfins de Friestas? quando é que a matriz de Freixo-de-Espada à Cinta teve restauros?

    E já agora, o que é depois do 25 de Abril se tem feito à misericórdia mesmo ao lado?

  5. zazie says:

    ó meu caralho:
    os jacobinos e até os assassinos, podem fazer excelente trabalho de historiador. Não o podem é fazer por palpitações de viagem no tempo. Sem estudarem e sem quererem tocar nessa trampa que chamas aos arquivos, aos documentos, às monografias.

    Tu és o homem dos 7 instrumentos. Por acaso também sabes de canalizações? é que tenho ali um cano a dar-me problemas junto à banheira.
    E podar, podas bem? podas buganvíleas e roseiras? e sabes sabes fazer enxertos de túlipas? e na ménage, que tal é um jacobino com o pano do pó e o aspirador?

    “:OP

  6. zazie says:

    Tu és um bocado lerdo, não és?

    Tu não atinges a diferença entre uma ideologia que desbaratou tudo porque impôs ateísmo e monumentos que ainda hoje andam ao deus dará, pois não?

    Nem sabes o que o 25 de Abril ainda acrescentou, aposto. E também aposto que nunca pegaste na simples história de um monumento e ver o que lhe aconteceu .Ao longo dos tempos.

    Dou-te um exemplo, para treinares: Convento de S. Francisco de Santarém- como foi espatifado, no que o transformaram e o que é que câmara PS ainda hoje por lá faz. Dou-te uma pista- há uns 5 anos servia para animar raves.

    O que qualquer pessoa que não seja analbeta te diz, e sabe, é que houve uma política jacobina que destruiu património e perseguiu religiosos. Por ideologia. E que foi graças ao Estado Novo que ainda se salvou grande parte dessa calamidade.

    Ponto final. Hoje em dia também estou a par que até existem militantes de associações de “laicidade” que fazem as contas às igrejas que já conseguiram ser desactivadas do culto e transformadas em pubs.E lutam por isso.

    E se tu tivesses um pingo de coragem, ias para o teu blogue e dizias publicamente as barbaridades que andas para aqui a despejar.

    Começando pela maior destruição com o Salazar do que com o Afonso Costa.

    Depois, botavas os teus estudos online e ias ver como eras mais útil do que andar para aqui feito maluquinho, às escondidas.

    A deturpar tudo e a querer uma treta qualquer de medição de pilinha que nem o musaranho atura, quanto mais eu, que é mais passarinha

    “:OP

    Ora vai lá, pagava para ver se tinhas coragem de fazer um post a dizer isso tudo. A medir os restauros jacobinos com os restauros “facistas”

    ahahahaha
    taralhoquito que me caiu na sopa

  7. É por comentários como os teus anteriores, em especial o último, que gosto de ti: encostada às cordas insultas, esperneias, berras, dás murros e pontapés na atmosfera, trocas os pés pela cabeça e vice-versa.
    Em peço-te factos, tu dás-me argumentos. Estou a falar-te do salazarismo, tu pregas-me com o Herculano.
    Quanto a centros históricos estamos conversados.
    Quanto à fabulosa recuperação de toda a espécie de monumentos, capelas, igrejas, mosteiros, iremos agora por partes.
    CAPELAS: deves estar a referir-te à capela da Varziela ou àquela capela de Borba transformada em boite.
    IGREJAS:deves estar a referir-te à matriz de Fronteira que bem deves conhecer ou à matriz de Freixo-de-Espada-à-Cinta, que presumo que também conheças.
    MOSTEIROS: deves estar a referir-te
    aso mosteiros de Tibães ou de Landim.
    Como é sabido, tudo isso estava em grave degradação e foi recuperado pelo salazarismo.
    Dei-te 2 exemplos de cada: talvez te pudesse dar 200.
    Finalmente vamos aos galões.Fazes-me rir quando falas de cátedra e mandas bitites sobre o que eu sei ou não sei.
    Já agora lembro-te que nem Jaime Cortesão nem Luís de Albuquerque eram historidores de formação académica.O que não os impediu de fazerem da melhor historiografia que há em Portugal.Ou será que não, que jacobinos não podem fazer boa historiografia?

  8. zazie says:

    Ó Henrique, se tu és maluquinho eu não tenho culpa. Tu tens aí a lista exaustiva dos monumentos que estavam em cacos, em cacos como se tivessem sofrido com guerra em cima. Praticamente não existe uma única igrejinha do românico que não tenha sido salva durante o Estado Novo. Tens aí a lista que já te dei. Tens as publicações da DGEMN com as fotos do que estava e do que foi salvo.

    Se isto não tivesse sido feito, tu é que não tinhas nada para fotografar. Percebes? Entra-te na cabeça este detalhe? Nem centros nem a porra de nada. Não havia, não tinha chegado até nós praticamente nada, tal foi o resultado da quantidade de edifícios ao abandono e espatifados pelas sucessivas hordas de hunos (como lhes chamou o Herculano)

    E agora vais mesmo fazer-me um favor. Não vens para aqui berrar comigo. Vais lá para o teu blogue e escreves as tretas que te apetecer a provar a treta que quiseres “sem precisar de arquivos para nada” como disseste.

    Depois eu espreito o que tens a dizer.

    Espero que tenhas entendido. É que eu posso achar piada, a esse atrevimento militante, mas também não abusas nem berras comigo.

    Eu estou-me na puta das tintas para a porcaria do Salazar. Mas não sou monga. Não ando para aqui a militar por maçonarias e a botar postas de pescada sobre assuntos que nem pesco um caracol. Tu nem sabes o que queres dizer com “centro histórico” Tu nem tens a menor noção da história dos restauros na Europa. Nem o contexto em que eles foram feitos. Tu falas fora do tempo, tu falas por qualquer merda de interesse que nada tem a ver com História e com o seu estudo.

    Se queres lutar contra o fascismo, agora, porque na altura, como contaste, te borraste, vais mesmo combatê-lo como entenderes mas não me chateias. Que para maluquinhos não tenho tempo.
    ………….

    No início ainda caí na esparrela e até perdi tempo a explicar-te a relação entre a mandorla e mandala. E dei-te bibliografia. Porque te tomei por alguém com estudos nessa área.
    Mas tu nem respondeste. Tu até nisso estavas pura e simplesmente a falar de cor.

    Uma pessoa que diz que sabe de História porque esteve lá, e não precisa da porcaria dos arquivos para nada, porque esteve lá, e fotografou e viu e os outros é que têm o “Rabelais na cabeça mas nem sabem estrelar um ovo” é um maluco.

  9. Zazie ( e outros)
    Deixa-te de diversões e responde à minha pergunta:
    qual o exemplo(UM SÓ É QUANTO PEÇO) de centro histórico de cidade ou vila preservado pelo Salazarismo, pese embora toda a verborreia nacionalóide.

  10. zazie says:

    Caso leias catálogos, tens aqui mais informação. São só 70 anos. Não dá para postar tudo numa janelinha de comentários

    Caminhos do Património. DGEMN (1929-1999), Catálogo da Exposição, Lisboa, DGEMN e Livros Horizonte, 1999.

    e mais leitura para férias

    HERCULANO, Alexandre “Monumentos Pátrios”, in “Opúsculos I”, Lisboa, Editorial Presença, 1982.

    H. GOMES DA SILVA: “Monumentos Nacionais. Orientação técnica a seguir no seu restauro” apresentada ao 1º Congresso da União Nacional, in “Monumentos. Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais”, nº 1, 1935 (colecção completa dos Boletins do nº 1 ao nº 131.

    As conclusões : “1) Importa restaurar e conservar, com verdadeira devoção patriótica, os nossos monumentos nacionais, de modo que, quer como padrões imorredouros das glórias pátrias que a maioria deles atesta, quer como opulentos mananciais de beleza artística, eles possam influir na educação das gerações futuras, no duplo e alevantado culto de religião da Pátria e da Arte;
    2) O critério a presidir a essas delicadas obras de restauro não poderá desviar-se do seguido com assinalável êxito, nos últimos tempos, de modo a integrar-se o monumento na sua beleza primitiva, expurgando-o de excrescências posteriores e reparando as mutilações sofridas, quer pela acção do tempo, quer por vandalismo dos homens;
    3) Serão mantidas e reparadas as construções de valor artístico existentes, nitidamente definidas dentro de um estilo qualquer, embora se encontrem ligadas a monumentos de caracteres absolutamente opostos”.

  11. zazie says:

    Olha, faz tu outra coisa: uma lista dos quartéis e respectivos edifícios onde se encontram. Desde quando, porquê e o que aconteceu ao resto onde nem tropa chegou para se instalar.

    Mas publica o livrinho sem a monografia que sempre ficam as fotos
    eheheh
    A ignorância é sempre muito atrevida
    “:O)))

  12. zazie says:

    ó Henrique, eu não te dei um, eu dei-te o site da DGEMN com a história de todos os monumentos classificados e datas de respectivos restauros.

    Não me faças perder tempo com mais anormalidades que tretas destas nem a um puto aturava.

    Pareces tolinho, às vezes, ou nos intervalos não sei de quê

    “:O)))
    Então junta lá as fotos que isso é que interessa.

    Já te falei dos capiteis da igreja de Santa Maria (do Castelo) de Serpa. Estão aí as minhas fotos (se quiseres até boto link) se tiveres alguma mais nítida é uma boa.

    Agora lições, em tempo de férias, e para adultos só pagas em lingotes de ouro
    “:OP

  13. Irei agora para França, para o país dos Cátaros.Também lá filmarei tudo o que puder.è mais uma vez meu objectivo escrever um livro. Mas o tempo, esse grande estupor…

  14. Tenho tudo guardado em cassetes ( a minha máquina ainda é desse tempo) e terei de as procurar. Logo uqe tenha tempo para colocar tudo no computador ( não sei como se faz mas tenho de descobrir) enviar-te-ei.
    Esperava que me desses exemplos de defesa do património pelo salazarismo. Começarei a dar-te exemplos de despezo pelo património do salazarismo:

    TODOS, SIM TODOS, OS CENTROS HISTÓRICOS DAS CIDADES E VILAS PORTUGUESAS GRAVEMENTE DEGRADADOS.

    Se não são todos, diz-me um recuperado para que me lembre.

  15. zazie says:

    Do Algarve é só Tavira que tens? Por acaso não tens o interior da misericórdia de Albufeira? ou o fecho do arco-triunfal da matriz do Alvor. Bem nítido. Pouco nítido tenho eu.
    E Alte, alguma coisa?

    Dizes:

    “NÃO PRECISO DA NET OU DOS ARQUIVOS PARA NADA, EU ESTIVE LÁ, REPITO, EU ESTIVE LÁ.”

    Eu também, o problema é que só lá estive no século XX e um bocadinho no XXI. Se tivesse estado na origem, também dispensava os arquivos.

    Mas se tu tens dados coevos, óptimo. Podendo-se viajar no tempo, dispensa-se já os arquivos.

    Bota aí as fotos medievais que fizeste de Serpa e conta coisas acerca dos autores que disso é que a malta precisa.

  16. zazie says:

    Henrique:

    Vamos ser práticos. Se tu tens tudo filmado e fotografado, proponho-te uma troca:

    Eu digo-te detalhes que me faltam e tu passas-me as imagens.

    O estudo de arquivos fica por minha conta.
    Sempre sonhei ter fotógrafo por conta.

    Começemos já por Serpa. Falaste em Serpa. Tens aqui no Cocanha um pequeno post a propósito da iconografia da igreja de Santa Maria de Serpa. Vê-se mal, tenho dúvidas. Se tens melhor imagem, agradeço.

  17. Confesso que não fui rigoroso nas palavras relativamente à dupla Salazar/Cerejeira. Claro que quando disse deixaram destruir, isso significa deixaram cair, degradar-se.Dizer que isso significa camartelo, é ridículo.
    Eu não me ponho em bicos de pés.Mas não deixo de sorrir por este falar de cátedra. REPITO:TENHO QUASE TODO O INTERIOR DE PORTUGAL FILMADO, NÃO PRECISO DA NET OU DOS ARQUIVOS PARA NADA, EU ESTIVE LÁ, REPITO, EU ESTIVE LÁ.
    E já vi muita gente que tem o Pantagruel na cabeça e não sabe estrelar um ovo.
    Finalmente:também eram jacobinos os PADRES que roubaram as imagens e a talha dourada preciosos que havia por esse Portugal fora, desde a Matriz de Chaves à fabulosa igrejinha do Nabo?

  18. zazie says:

    Para ficar mesmo claro o engano em como isto nunca poderia ser um debate informativo.

    O Henrique disse que os jacobinos e os mata-frades destruíram menos património que aquele que foi destruído no Estado Novo, pela política de Salazar e do Cerejeira.

    Eu apenas respondo: isso é uma imbecilidade. Porque toda a gente sabe em que consistiram, por todo o lado, os saques e destruições em nome da liberdade da razão, toda a gente sabe em que consistiu o movimento liberal que se impôs como luta e silenciamento da Igreja e toda a gente sabe que o que foi o tempo da República com os golpes de estado a sucederem-se diariamente, a extinção das Ordens Religiosas, a apropriação desses bens, a destruição dos conventos, a ocupação pela tropa, o abandono até à última freira e último fradinho” a miséria e caos que esse programa gerou, a destruição e perda irremediável de património histórico.
    Como toda a gente sabe que o Salazar, entre a muito má-fama que serviu a aura, conta-se nela Deus, Pátria, Autoridade- o nacionalismo da recuperação das raízes (à D. Manuel) e até, o desembocar naquela mítica exposição do Mundo Português. Pela arte pelos bons artistas que e políticas nesse campo é que não lhe tocam. Muito menos por comparação com passados ou até, infelizmente, com muito do “mau-estado” actual.

    Só poderia responder ao Henrique: Sim, o Estado Novo fez trabalho; os jacobinos destruíram, que prove ele que assim não foi.

    As balelas veêm-se depois quem as diz.

  19. zazie says:

    Muito obrigada mas eu até escrevo com os pés. O Cocanha até já teve melhores tempos. Não se pode fazer tudo e isto agora até anda muito parado.

    Mas não, não estava a pensar em si. Vamos lá a ver se fica mais claro o que eu quis dizer:

    1- Em primeiro lugar, o Cocanha é blogue de brincadeira que não substitui nenhum livro e muito menos bons sites académicos e revistas online, que existem, de estudos nestas áreas. Um bom site é o da DGEM- a mais antiga, a tal salazarenta do bom trabalhinho de recuperar o que restou das destruições de toda a espécie. Fica aqui o link (apesar do sistema de busca de inventário estar muito pior do que estava- mais complicado, tecnicamente nas pesquisas) – http://www.monumentos.pt/Monumentos/forms/000_A.aspx

    2- Em segundo lugar eu tenho mesmo uma enorme aversão a tudo o que possa ser transformação de estudo isento por propaganda ou manipulação à custa de gostos, ideologias ou meras embirrações. O que significa que também sou vigilante em relação a mim própria. Prefiro um estado desapaixonado e neutro no estudo que reactivas tendenciosas. Ou seja, no estudo nunca permito que interfira o lado emocional. Cuido que assim não seja. Por isso é que também disse que até prefiro nem tocar no que me dói. Mostrar apenas o que gosto, não falar muito dessas destruições.

    Neste caso, reparei que se fosse por aí, por entrar num falso debate com o Henrique (que nunca poderia debater nada, de nada, em matéria de investigação por não ser sequer dessa área e muito menos investigador), o mais que podia acontecer era ter circo por aqui, a “ver quem ganha” a torcer na facilidade de informação e contra-informação em formato byte.
    Ora isso é que nunca. A blogosfera não substitui os livros e muito menos as bibliotecas. Se alguma coisa tinha de dizer era isto- leiam, estudem, mas não queiram papinha feita em 2 linhas rápidas num blogue. Porque isso é que é o caminho mais anti-pedagógico que existe.

    Eu posso deixar aqui uns postes com pequenas informações, citações bibliográficas e até ligeiras investigações pessoais (não assinadas) que passam despercebidas. Mas é coisa de pouca monta. Porque esta não é a minha “tribuna” na matéria.

    O Cocanha é mesmo outra coisa e não quero misturar as águas. Por mil e uma razões. A mais óbvia é que há lugares para tudo e este não é um site académico de informação ou estudo na área. É muito mais um espaço complementar das minhas brincadeiras na blogosfera. Um espaço onde posso mandar bocas, ser provocadora, dizer coisas que nunca poderia dizer comprometendo outros que não pediram para ser “citados” ou associados ao Cocanha. Entendido?

    3- Claro que, em tendo tempo (e não é esta a melhor altura) hei-de publicar postes com essa informação que até devia ser do domínio público. O problema é mais esse, consegue-se chegar a doutorado sem sequer ter a menor ideia da história do seu país. Mas isso não vai ser em contraditório com disparates como os que o Henrique estava a querer fazer por informação verdadeira “contra as balelas que se contam”. Atenção, às vezes a ignorância é mesmo muito descarada. E aí eu não entro. Pelos motivos que disse: só em pé de igualdade.

    Entretanto aconselho sempre as leituras. Existem bibliotecas por todo o lado, que diabo. Ninguém precisa de gastar dinheiro como gasta num maço de tabaco para passar uma tarde numa biblioteca. E até requisitar livros e levá-los para casa. É bom que esse hábito não se perca. E não se substitua tudo pela lei do menor esforço.
    Se há prazer que tenho é chegar a qualquer terrinha e ir procurar a biblioteca local, os arquivos locais. Nos bons arquivos locais está informação à disponibilidade de muita gente. Aí sim, qualquer um pode fazer buscas e ter o gozo de ler as fontes, em directo. Não custa nada e é bem mais proveitoso que o apanhadozinho em luta tribal no mundo virtual.
    ……….

    Quanto a informação é melhor espreitar postes mais antigos. Se quer uma ligeira informação acompanhada de oferta de digitalização de manuscrito e passagens de livrinho bem raro, espreite nestes postes:
    http://cocanha.blogspot.com/2006/12/os-negros-baldaram-se.html#comments

    http://cocanha.blogspot.com/2006/12/tomada-de-granada.html#comments

    http://cocanha.blogspot.com/2006/12/v-l-no-tropeces.html#comments

    http://cocanha.blogspot.com/2006/12/e-se-o-aspecto-deles-vos-parecer.html#comments

    http://cocanha.blogspot.com/2006/12/o-meu-desejo-que-vs-e-todos-os-cristos.html#comments

    http://cocanha.blogspot.com/2006/12/la-maunia-le-kilisimasi-ma-le-tausaga.html#comments

  20. Sem querer implicar que estivesse a explicar para mim, venho da parte que me toca, agradecer a sua informação preciosa, e muito.
    Concerteza…o Cocanha será aquilo que quiser… e talento tem para escrever rindo, o que é difícil na internet, provando o muito talento…

  21. zazie says:

    Quanto aos estudos que agora é que vão mostrar a verdade e toda a verdade, tenho sempre muita curiosidade.

    Quanto mais não seja, pelo modo como conseguem entrar em igrejas e fotografar todo esse património, uma vez que, mesmo com toda da papelada oficial bem carimbada, há locais onde bem se pode esperar sentado.
    As más relações entre Igreja e Estado ainda perduram, sendo que uma boa dose de razões para a primeira. Levam os santinhos e mais as cruzes, e mais o que for preciso, para “restauro” e depois, dizem eles, e com provas, não as devolvem. Ou então temos os profissionais dos mercenários do roubo internacional que até já usam técnicas de levantamento de pintura mural mais sofisticada que aquela que se usa para os cuidar.

    Fora isso há depois outros mistérios que, esses sim, davam um policial com piada para quem tiver pachorra em seguir-lhes o rasto.

    Estou a pensar, por exemplo, numas escavações com aberturas de sarcófagos e fotos de esqueletos (acompanhadas de destruição do espólio) por uns bacanos da maçonaria só para andarem atrás das barbas do D. João de Castro. Parece que a há money para estas macacadas e até “pedagogos” que alternam o avental com o fato-macaco.

    Agora quanto a publicação, mostra de resultados, ou mesmo candidatura a pupilo ou discípulo, não sei de nada. Nunca vi publicada em parte alguma.

  22. zazie says:

    E, se querem saber, até me ri. Deu-me um grande gozo poder censurar-me a mim própria e apagar os meus comentários no meu próprio blogue

    ahahhaa
    Nunca tinha experimentado essa sensação. A única que conheço é a de estar banida da maior parte dos blogues da esquerdalhada jacobina e passarem a vida a apagar tudo quanto escrevo.
    Como, por princípio, tenho pó a censuras, estava a ver que nunca podia retribuir. Ora venham agora cá chatear-me e chamar-me fascista

    ahahahahahah

    “:OP

  23. zazie says:

    Só nova nota para o MP-S,

    O jacobino para aqui e para acolá não é mantra apenas da zazie.

    Se tivesses lido com atenção, quem falou em jacobinismo a propósito de um citação do Céline, foi o Henrique, que ele sim, tem filiação maçónica.

    Eu embirro com a puta dos jacobinos por muitas razões, sendo a principal esta- a da destruição do que mais gosto- mas não faço parte de nada. De absolutamente nada. Como o Grouxo, “nunca aceitaria fazer parte de um clube que me aceitasse como membro”

    “;O))
    Nem pouco mais ou menos. Não tenho damas a defender. Gosto de disparar, sim, mas sou absolutamente livre. De partidos, de ideologias, de seitas.

    Mas já disse. Caça grossa sim. Admito abrir excepção e, quando virem essas famigeradas comemorações da República, com mais pacotes de terraplanagem jacobina, liderada pelo Vitalinho, sim. Aí sim. Há-de saltar informação para lhes esfregar nas fuças.
    Não vou é agora dispersar tiros por tão pouco. Até porque me dói sempre falar nisto. Prefiro ir contando o que há de bonito e divertido. Para gozos com tristezas e luxo nelas, já bastam os sacanas.

    E nem fui lá, àquela ignorante da f. Câncio emendar-lhe as barbaridades que escreveu a propósito de quem “ofereceu” as igrejas e as pagou. Há imbecilidade e aleivosia que nem vale a pena.

    Isto já foi tomado por extraterrestres, nem é por jacobinos, é por autênticos extraterrestres. Nem aquela linguagem que lhes sai da boca se percebe. É mesmo colonização por ETs.

  24. zazie says:

    Viva,
    começando pelo mais simples de explicar-

    MP-S,
    O jacobinismo nem eu sei de onde veio. Está aí uma passagem do Céline, da Viagem, onde, entre muitos outros exemplos de “vender enganos ao povo para que ele se estoure por ideais”, vem referido o jacobinismo.
    Mais nada

    O Henrique, decidiu pegar neste detalhe para ele, e apenas ele, vir com a história que isto era um texto de um nazi, a dizer mal do jaconismo. Que está na moda dizer mal dos jacobinos e que até o Sarkozy o faz.

    Eu nem devia ter respondido a essa patetice. Mas respondi.

    Depois pediu-nos uma lista de identificação de jacobinos, por certo com nº de BI e morada. E pergunta se o Luis XIV, anterior ao jacobinismo, também era jacobino.

    Em tempos dei-lhe informação para ele perceber a que é que se chama “jacobinismo”.
    Basta ir ao Google, para se saber. De tal modo que se emprega a expressão como uma espécie de ideologia em que as características do ateísmo e repuplicanismo têm um fundo condutor. Ex: a Carbonária, a Maçonaria, a nossa história desde as invasões francesas, ao ateísmo liberal, seguindo-se os mata-frades da República.
    Hoje o jacobinsimo até está presente na nomenclatura que os partidos de esquerda usam para os congressos. Os “Estados Gerais” do PS, a “Convenção” do BE. E os jacobinos estão lá, como complemento e “pano de fundo” ideológico que sobra de um comunismo e socialismo que se “meteu na gaveta”.

    As comemorações do centenário da República já anunciaram uma série de alterações sociais que são nova expressão desse jacobinismo histórico.
    ………

    Agora o resto e uma explicação por ter apagado.

    Apaguei porque nunca gostei de chamar debate a algo que acaba por ser uma “lição”, uma pedagogia. Só gosto de debater em pé de igualdade.

    Não é o caso neste aspecto do património e da pesquisa histórica, em relação ao Henrique que é de Direito.

    A pequena obrigação informativa que posso sentir, diria apenas respeito a algum jovem curioso e também não foi esse o caso.

    Como não gosto de doutrinar ninguém e parecer que estou a vender “uma versão da história” contra outra, acho melhor que, quem queira, vá, por exemplo, ao site da DGEMN e veja, monumento a monumento, quando foi restaurado.

    Podem igualmente pegar em qualquer livro de história de Portugal e informarem-se em que consistiram as Invasões Francesas e o que sucedeu ao património do nosso país, queimado, vandalizado, roubado, destruído pelo exército de “libertação das trevas”. Cá e em Espanha, a coisa foi europeia, libertaram muito. O Goya até nos deixou espantosos desenhos e quadros sobre essa “libertação jacobina”

    Depois, como se não bastasse, temos a revolução liberal e o vandalismo desses novos libertários. Conventos transformados em quartéis, até hoje, os que ficaram em pé. Casos houve em que foi para pallheiro, ou rebentou com paiol.
    Depois temos a República e a extinção das ordens religiosas decretada em 1911. As consequências foram outras tantas, mais destruição, expoliação dos bens da Igreja, roubos, perdas, vendas ao desbarato de igrejas e conventos em hasta pública, património levado sabe-se lá para onde- basta consultar os documentos. Basta ir ao site da BN e fazer uma pesquisa para encontrarem estudos acerca disso:

    http://opac.porbase.org/ipac20/ipac.jsp?session=11848470MLX74.205358&menu=search&aspect=basic_search&npp=20&ipp=20&profile=porbase&ri=6&source=192.168.0.17@%21porbase&index=.GW&term=extin%C3%A7%C3%A3o+das+ordens+religiosas&aspect=basic_search#focus
    Isto se não for para pegar nos relatórios do saque, da venda, da recolha do património que se pode ler na Torre do Tombo. Aquele que ainda foi catalogado.
    Um bom testemunho até está no livro do
    ………..
    Por fim veio a Ditadura, o Estado Novo, com uma forte ideologia nacionalista, que agora até parece que afinal não o foi, pois o Salazar e o Cerejeira ainda pegaram mais no camartelo e nem lhes deu para a recuperação das memórias patriotas da nacionalidade.

    Ou seja, o Salazar revisto pelo Henrique, foi mais um Afonso Costa jacobino que nunca usou a propaganda nacional nem incrementou restauros pelo país inteiro- em particular da Idade Média, porque era mais um ateu disfarçado, interessado em espoliar igrejas, perseguir padres, dar conventos à tropa, vender património ao estrangeiro, laicizar o povo, incutir o internacionalismo ateu e nunca por nunca, perder tempo com recupeações de memória pátrias.

    Acerca disto tudo que querem que eu diga? Para responder tinha de pegar em todos os edifícios recuperados no Estado Novo, tinha de digitalizar todas as fontes, tinha de fazer o que já está feito. Com erros, sim, mas feito, embora a grande parte do nosso património, a mais rica, se tenha perdido irremediavelmente por esses motivos.

    Se não faço postes sobre o assunto e não cito o Herculano, tem sido por outro motivo.
    O espírito do Cocanha é mais rabelaisiano “ao ver as aflições que vos consomem, antes risos e prantos escrever, que rir é próprio do homem”.

    Tenho sempre mais gosto em partilhar coisas boas que pegar no que mais me dói pelo mesmo motivo. Sendo que o Cocanha é um local que uso para me divertir e mandar as bocas que me apetece e estou aqui como a zazie no metro- em nenhuma outra qualidade.

  25. Miguel says:

    Henrique,

    houve por aqui um mal entendido: jacobino para ali e para acola’ e’ mantra da zazie – nao e’ o meu. Infelizmente, o meu desconhecimento do patrimonio portugues e’ tal que nao consigo participar na vossa discussao. Mas fico a “ouvir” e a registar as pistas que deixem por aqui.

    MP-S

  26. Cara Zazie
    Vale a pena sim, pode crer. Queira não apagar,e sim ter a bondade de escrever mais, tanto quanto possível. Mas sim, de facto, precisava tudo de ser mais explicado…
    Não estamos todos em locais onde haja essas bibliotecas, e muitos estaremos em situações onde a única maneira de saber, será ler aqui o que tem a dizer. E o interesse é muito.
    Cumprimentos

  27. zazie says:

    Olha, até decidi apagar isto que para aqui escrevi. Não vale a pena.
    Se estivesse a fala com alguém da área tudo bem, ou com um jovem, mas tu és bem adultinho e não precisas que te explique nada e eu tenho pavor a pedagogos. Não vou cair nessa.

    Eu cá é mais é bolos e sou a zazie no metro do Cocanha. Mais nada.

    Há bibliotecas, catálogos online e pronto. Assim está bem

  28. Tens uma enorme confusão na cabeça.Quanto a mim sei do que falo, porque andei pelo interior, de Bragança a Serpa, a filmar tudo, isto é conventos, igrejas e capelinhas de que não gostas mais do que eu, garanto.O livro irá sair e irá falar de coisas que tu nem sequer suspeitas que existem, segundo creio.Isto para não falar no litoral sobejamente conhecido.
    Só fazendo o inventário uma a uma se percebe quanto é falso o que a propaganda salazarista apregoava- para além do notório que são os centros históricos-de Valença a Tavira,passando por Guimarães Castelo Rodrigo, Sortelha, Évora e Marvão.
    Não bastam balelas, a realidade é mais forte que balelas e poderá ser apontada caso a caso.
    E já agora: o marquês era jacobino? Não havia no país só poder absoluto/clerical antes do Garret escrever o que escreveu?

  29. A história dos edifícios, embora verdadeira, não me convence muito. O sacristão Salazar e o seu acólito Cerejeira, em 50 anos deixaram destruir mais edifícios religiosos que o Mata-Frades ou o Afonso Costa destruíram nos seus consulados.A Igreja foi expropriada? É verdade. Mas o que é que ela andou a fazer durante séculos senão a expropriar a nobreza e o povo, sobretudo este, até ao tutano?

  30. Quanto à Dion: não sei quem é. Sou um conservador. Praticamente só ouço música clássica.

  31. Vamos lá ver: o Luís XIV era jacobino?
    Zazie e Miguel: eu sou jurista. E os juristas pretendem factos e não conclusões.Dêm-me factos:
    a)Quais os indivíduos que foram e são jacobinos
    d)Que maldades fizeram e continuam a fazer.
    Estes são os factos pedidos.
    Se os fornecidos conduzirão às conclusões que estão insertas nos vossos comentários, caberá a cada um apreciar.

  32. zazie says:

    O Céline não foi político. O Céline foi um homem que deu o corpo na guerra,ficou inutilizado em elevada percentagem e a quem a França se esteve pura e simplesmente marimbando. O que ele teve foi o desassombro de perceber a imbecilidade de uma França que tanto condecorava poltrões como traidores.

    Foi isto. E foi um homem de um lucidez ímpar sobre a França e sobre o seu tempo.

    Naquilo em que foi anti-patriota pagou-o com coragem. Podia ter dito o inverso e chuchar da mama, como outros o fizeram.
    …………

    Quanto ao jacobinismo, o que há a dizer já foi dito por escritores, historiadores, e por aí fora.

    Da minha parte, quando tiver tempo e fo oportuno, o que me vai apetecer fazer diz respeito a algo que muito me toca: o patrim´´onio. Anda sempre tudo com a boca cheia de “cultura”, “progresso”, liberdade; libertação do obscurantismo religioso e aposto (tenho a certeza) que não sabem, um por um, o que fizeram todos os jacobinos às nossas igrejinhas, aos belos conventos e aos religiosos que lá estavam.

    Mais, essa gigantesca vergonha e vendas ao desbarato em hasta pública, quando não era ocupada e destruída pelas botifarras da tropa, servia e ainda serve de quartel. Onde qualquer um de nós, qualquer cidadão nem possibilidade tem de admirar o que resta dessas obras em grande parte destruídas.

    E, quando não foi quartel, nem destruição para palheiro, nem incêndio com paiol lá dentro, nem abandono e venda é, por exemplo, foi, por exemoplo, o lugar escolhido, para a dita república se instalar- na Assembleia.

    Fizessem as contas entre o que devem à Igreja e o que devem à Pátria (no sentido de terem ficado mesmo em dívida) e iamos a ver o que também foi o jacobinismo cultural.

    E nem toquei no político. Já tens aqui um cheirinho.

  33. Não ignoro o que Céline fez como médico ( além de grande escritor, claro). Daí a minha simpatia por ele. Mas também não ignoro o que fez como político, daí a minha repulsa.

  34. Zazie e Miguel
    Eu quero ler um texto fundamentado vosso sobre quem eram (são) os jacobinos e porque eram (são) assim tão maus. O PROGRESSO espera-vos.

  35. zazie says:

    Não vão todos contentes para a carnificina porque descobriram que é melhor delegar que estourar.

    Mas são capazes de melhor: delegar o trabalho sujo para outros.

    As vantagens das urnas também têm este benefício
    “:OP

    Olha, eu não vejo tv o que pode ser responsável por não perceber puto dessas histórias internacionais.

    Mas passei os olhos pelo La République, les religions, l’espérance. Não sei se passaste os teus. Como sou um tanto básica e naive, até gostei de muita coisa, vê lá tu.

    Parece que não é para se gostar, os intelectuais olham com desprezo mesmo sem ler.
    Decididamente, não sou uma intelectual.

    Estou é mortinha pela outra cena. Já arranjaste lugar na primeira fila?

    ahahahahaha

  36. Miguel says:

    “ambém ia jurar que não leste o Sarkozy, é apenas um feeling..”

    O Sarkozy nao se le… ve-se na tv e ‘a distancia.

    O Celine, pelo contrario, le-se muito bem. Mas esse Princhard era um intelectual, as idieias baralhavam-se-lhe na cabeca e acabava com futilidades. Os pequenos foram triturados nessa epoca como nunca antes o tinham sido por motivos tecnologicos. Se o Luis XIV tivesse tido os meios tecnologicos ‘a disposicao tinha feito uma razia ao mesmo nivel. Essa e’ que e’ essa!…

    Foi por causa desses filosofos, apos guerras e muitas razias, que chegamos ‘a UE. Hoje os pequenos na EUropa nao vao todos contentes para a carnificina. Porque sera’?

    MP-S

  37. zazie says:

    Henrique, parafraseando uma pessoa que eu conheço. Tu estás a pensar na Céline Dion, né?

    Quanto aos jacobinos, aposto que nunca leste nada mas é claro que a maçonaria nunca poderia ter má versão para vender dos jacobinos.

    Eu tenho a pior possível. E espero pela altura para te explicar, com exemplos práticos o que, nalgumas áreas, foi a jacobinagem.

    De qualquer modo, uma mera leitura interpretativa desta passagem nem era isso que dizia.

    O que aqui está escrito é muito mais. Fala-se da força da instrumentalização das ideologias e dos que usam o povo para o porem a marchar e a morrer com gosto convencidos que é esse o bom destino que podem encontrar.
    ……….

    Também ia jurar que não leste o Sarkozy, é apenas um feeling…

  38. Três graves erros no texto de Céline, que tinha tendência para o erro muito grave em política:
    1º Ele revoltava-se contra os poderosos, mas aliou-se à escumalha nazi, os piores de entre os poderosos.
    2º Considerar que “o povo” é melhor que os poderosos.
    3º Considerar que a culpa de todos os males é dos jacobinos ( o que é isso a não ser uma ideia feita, que agora até o medíocre Sarkozy usa?)como se o esforço para tornar o povo menos ignorante e estúpido, isto é, menos feio, porco e mau, não tivesse vindo deles, os diots jacobinos, e o seu falhanço não estar precisamente no facto de não terem percebido que não estavam a lidar com o bom selvagem que seria cultivado como o menino da Floresta de Aveyron.
    E quem critica os “jacobinos” é quem sempre tudo fez para manter o tal povo na ignorância.

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